Karzai mantém vantagem sobre Abdullah em contagem de eleição afegã


Eleições do dia 20 foram ameaçadas pelo Talibã, que agiu com violência. Um homem de 40 anos teve orelhas e nariz cortados pelo grupo radical.


O presidente afegão, Hamid Karzai, manteve a vantagem em relação ao rival Abdullah Abdullah em uma nova contagem das eleições presidenciais divulgada nesta segunda-feira (31). Segundo a agência de notícias Reuters, com metade dos votos contabilizados, Karzai aparece com 45,9% contra 33,3% do médico Abdullah. O candidato precisa de pelo menos 50% para conseguir a vitória em primeiro turno.

As eleições presidenciais no país ocorreram no dia 20 de agosto em meio a ameaças do Talibã e denúncias de fraude. Segundo observadores, os militantes agiram com violência contra civis que votaram em algumas províncias do país. Dias antes do pleito, o grupo radical havia afirmado que boicotaria a votação. Na província de Daykundi, um homem de 40 anos teve o nariz e as orelhas cortadas por radicais talibãs após ter votado.
Fonte: G1.
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L'Iran continue à accroître ses capacités nucléaires

Alors que le délai donné à l'Iran par l'administration Obama pour répondre à ses gestes d'ouverture expire fin septembre, le dernier rapport sur les activités nucléaires de la République islamique, remis par l'Agence internationale de l'énergie atomique (AIEA), vendredi 28 août, n'incite guère à l'optimisme.

Tradução Livre:

Irã continua a aumentar sua capacidade nuclear

Embora o prazo dado ao Irã pelo governo Obama para responder aos seus gestos de abertura expire no fim setembro, o último relatório sobre as atividades nucleares da República islâmica, entregue pela Agência internacional de energia atômica nesta sexta-feira, 28 de Agosto, não é tão otimista assim ..


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Assessor de segurança de Obama faz pressão contra Petrobras no Irã


Daniel Rittner, de Brasília à semelhança de seu antecessor, George W. Bush, o governo do presidente Barack Obama advertiu as autoridades brasileiras que os Estados Unidos desaprovam os negócios da Petrobras no Irã. O aviso foi feito pelo general James Jones, assessor de segurança nacional da Casa Branca, numa reunião que ele teve na semana passada com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Jones disse abertamente que “desestimulava” a atuação da estatal brasileira no Irã. O general também provocou certo constrangimento ao afirmar, em meio a uma explanação de Gabrielli sobre as atividades da Petrobras na Nigéria, que o país não tinha “grande futuro” e se tornará um ambiente “perfeito” para terroristas, em dez anos.Detalhe: no dia 29 de julho, menos de uma semana antes dos comentários reservados do general americano, o presidente da Nigéria, Umaru Yar’Adua, esteve no Brasil em visita de Estado, almoçou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assinou novos acordos na área de energia.
No Ministério de Minas e Energia, menos afeito à linguagem diplomática e onde a atuação internacional da Petrobras é vista mais como negócio do que como instrumento de política externa, a postura de Jones causou incômodo. Também foi lida, fora do Itamaraty, como ameaça velada de que a manutenção dos investimentos da estatal no Irã poderá criar complicações para os negócios da subsidiária americana da Petrobras, que explora áreas no Golfo do México.
No encontro com Lobão e Gabrielli, acompanhado por assessores de ambos os lados, Jones ouviu do presidente da Petrobras que ele conhecia as preocupações americanas com o Irã, mas que a empresa tem a intenção de manter suas atividades no país, sem ampliá-las por enquanto, mas sem fechar nenhuma porta.
Para contemporizar, Gabrielli mencionou que os próprios iranianos não entendiam bem o papel da Petrobras, que não se move por interesses políticos, mas por oportunidades comerciais. O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad deverá fazer ao Brasil sua primeira viagem internacional depois de vencer as controversas eleições. Apesar dos acenos conciliadores de Obama, Ahmadinejad acusou-o de “interferência”.Pouco depois, ao continuar falando sobre os negócios da Petrobras, Gabrielli citou a “atividade crescente” da estatal na Nigéria, onde está presente desde 1999. Em junho, a produção média da empresa brasileira no país africano foi de 44 mil barris por dia – a segunda maior fora do Brasil, só atrás da Argentina. Apesar de todas as dificuldades internas, Gabrielli demonstrou aos americanos otimismo com a expansão no país.
Jones, então teria dito que não vê “grande futuro” na Nigéria. No relato detalhado de um dos presentes, assinalou: “Em um período de dez anos, será um Estado falido.” De acordo com esse relato, o general disse temer que a deterioração das condições políticas e sociais na Nigéria seja tão forte que a transforme no “ambiente perfeito para recrutar terroristas”. Os brasileiros permaneceram em silêncio até o fim do comentário e seguiram adiante na apresentação, sem rebatê-lo.
Em 2007, o embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Clifford Sobel, já havia conversado com Gabrielli sobre o Irã. Na época, comentou-se que os investimentos estrangeiros no país preocupariam os americanos por duas razões – além de minarem os esforços do próprio governo dos Estados Unidos e da comunidade internacional para isolar o Irã e conter suas atividades nucleares, a atividade da Petrobras incomodaria as empresas americanas, proibidas de fazer negócios no Irã.Em parceria com a espanhola Repsol, a Petrobras assinou em 2004 um contrato com o governo do Irã para fazer pesquisas em um bloco chamado Tusan, no Golfo Pérsico. No mês passado, informou que declararia a inviabilidade comercial do bloco, onde investiu US$ 100 milhões.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores – Valor Econômico
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Regime da Birmânia prolonga prisão domiciliária de Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz


Em duas décadas de activismo pela democracia, Aung San Suu Kyi passou 14 anos encarcerada em casa ou atrás das grades de prisões. A mulher de aparência frágil e postura pacífica que desde 1988 ameaça os alicerces da ditadura militar conheceu esta terça-feira a sentença de um tribunal montado há três meses na prisão política de Insein: três anos de cadeia, veredicto corrigido para ano e meio de prisão domiciliária num gesto cuidadosamente coreografado pela junta do general Than Shwe.O último processo judicial contra a figura de proa da Oposição birmanesa remonta a Maio. Na base das acusações movidas a Aung San Suu Kyi esteve um incidente protagonizado por John Yettaw, um mórmon norte-americano de 53 anos que, nesse mesmo mês, atravessou a nado o lago contíguo à casa da Nobel da Paz, invadindo a propriedade. O regime apressou-se a acusar Aung San Suu Kyi de violar os termos da prisão domiciliária, ao abrigar por dois dias o cidadão dos Estados Unidos, e revogou a sua libertação, que deveria ter acontecido a 27 de Maio.

Trajecto político de Aung San Suu Kyi

A líder da Oposição democrática da Birmânia nasceu em Rangum em Junho de 1945. Suu Kyi é filha do general Aung San, herói da independência do país assassinado em 1947, e de Daw Khin, outra figura pública destacada.Aung San Suu Kyi estudou Ciência Política em Nova Deli, na Índia, e filosofia, política e economia na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Casou-se em 1972 com o académico britânico Michael Aris. O regresso à Birmânia dá-se em Abril de 1988, numa altura em que o país é atravessado por uma onda de manifestações contra a junta militar. Em Rangum, Suu Kyi assume a liderança da Liga Nacional para a Democracia. Prosseguir o legado do pai é a pedra angular da sua plataforma política. Em Julho de 1989, a junta militar confina Aung San Suu Kyi a prisão domiciliária. Acusada de "representar um perigo para o Estado", a líder da Liga para a Democracia fica impedida de fazer
campanha nas primeiras eleições legislativas organizadas na Birmânia em quase três décadas. Ainda assim, o seu partido conquista 392 dos 485 assentos no Parlamento. A junta ignora o escrutínio. Em 1991, é distinguida com o Prémio Nobel da Paz.

Julgado num processo paralelo, John Yettaw, veterano da Guerra do Vietname, vai agora cumprir uma pena de sete anos de trabalhos forçados. Durante o julgamento, alegou sempre que a proeza de Maio foi inspirada por um "aviso de Deus" sobre uma plano "terrorista" para assassinar Aung San Suu Kyi. O norte-americano sofre de problemas cardíacos, diabetes e epilepsia e esteve hospitalizado nas últimas semanas.
"Aung San Suu Kyi foi considerada culpada das acusações, pelo que determino uma pena de três anos de prisão". Foi com estas palavras que o juiz de Insein selou a leitura da sentença. Minutos depois, caberia ao major-general Muang Oo, ministro do Interior, dar voz a uma decisão assinada pela mão do líder da junta.
A pena seria cortada para metade à luz de dois argumentos oficiais: o facto de a líder da Oposição ser filha de Aung San, o herói da independência da Birmânia face à Grã-Bretanha, e "a necessidade de preservar a paz e a tranquilidade na comunidade e prevenir quaisquer distúrbios no roteiro para a democracia".
O "roteiro" corresponde à fórmula utilizada pelo regime para descrever o que afirma ser um conjunto de reformas democráticas destinadas a levar o país às urnas em 2010, num processo eleitoral multipartidário.
Os críticos do regime sustentam que o prolongamento da detenção de Aung San Suu Kyi deixa patentes as reais intenções da junta militar, que mantém atrás das grades perto de dois mil prisioneiros políticos e o país cingido por um punho de ferro - a última vaga de repressão na União da Birmânia, que o regime rebaptizou como Myanmar em Junho de 1989, teve lugar em Setembro de 2007, quando milhares de monges budistas deram voz ao descontentamento nas ruas.
Sentença dá lugar a protestos
A decisão da junta está a motivar uma extensa barragem de críticas e condenações por parte de vários países e organizações de defesa dos Direitos Humanos. A começar pela Amnistia Internacional, que fala de um veredicto "ofensivo" resultante de mais uma "mascarada política".
A sentença deixou também "triste" o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e levou a presidência sueca da União Europeia a prometer uma resposta com "novas medidas direccionadas aos responsáveis pelo veredicto" e o reforço "das medidas restritivas para o regime da Birmânia, incluindo os seus interesses económicos". O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, sugeriu mesmo a implementação de sanções apontadas às exportações birmanesas de madeira e rubis.
A Malásia apelou, por seu turno, à realização de um encontro de emergência da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Tailândia, Malásia, Singapura, Indonésia, Filipinas, Brunei, Vietname, Laos, Camboja e Birmânia). Com a sentença agora proferida, sublinhou o Ministério malaio dos Negócios Estrangeiros, "Aung San Suu Kyi fica sem meios para participar nas eleições gerais do próximo ano, que deveriam ser livres e justas".

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Opositor Partido Democrático vence eleições no Japão, segundo pesquisas

Tóquio, 30 ago (EFE).- O opositor Partido Democrático (PD) ganhou as eleições gerais realizadas hoje no Japão e seu candidato, Yukio Hatoyama, será o novo primeiro-ministro, segundo pesquisas de boca-de-urna de vários meios de comunicação japoneses.

As pesquisas feitas na saída dos colégios eleitorais pela agência de notícias "Kyodo" e pelas redes de televisão "NHK" e "TV Asahi" indicam que o partido de Hatoyama teria obtido cerca de 300 deputados dos 480 da Câmara de Representantes, o que representa a maioria absoluta.

O conservador Partido Liberal-Democrata (PLD), que está há 54 anos quase ininterruptos no Governo japonês, conseguiria pouco mais de 100 deputados, uma forte queda a respeito dos 303 que tinha até agora.

Ficariam confirmados, assim, os resultados das pesquisas feitas antes da jornada eleitoral, que indicavam que o PD, que foi às eleições com um programa reformista e até agora tinha 112 cadeiras na Câmara, arrasaria nestas eleições.

Segundo a "TV Asahi", a oposição teria conseguido 315 deputados frente aos 106 da até agora força governamental.

A "NHK" indicou que o PD teria obtido entre 298 e 329 deputados, enquanto o PLD conseguiria mais de 100.

A "Kyodo" assinala que a força opositora alcançará mais de 300 deputados e que, com toda certeza, formará Governo.

A agência de notícias japonesa indica que muitos ex-ministros do Partido Liberal-Democrata parecem ter perdido suas cadeiras na Câmara Baixa, entre eles Tsutomu Takebe, titular de Agricultura com o Governo de Junichiro Koizumi, e o ex-ministro das Finanças Shoichi Nakagawa.

Pouco mais de 104 milhões de japoneses foram convocados às urnas, dos quais cerca de 14 milhões exerceram seu voto de maneira antecipada (13,4% do eleitorado), um recorde desde que começou este sistema, em 2004.

A participação às 18h (6h de Brasília) era de 48,40%, 1,6 ponto inferior a das eleições gerais de 2005.

Todas as pesquisas divulgadas até o sábado, último dia de campanha, previam uma derrota humilhante para o PLD, o partido que governou o Japão desde 1955, com um pequeno parêntese de dez meses, entre 1993 e 1994.

Hatoyama, de 62 anos e líder do Partido Democrático, se apresentou às eleições com um programa reformista centrado na necessidade de "mudança" que defendia reduzir o poder da burocracia japonesa.
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Pervez Musharraf renuncia ao cargo de presidente do Paquistão


No poder desde 1999, ele era aliado dos EUA na guerra ao terror. Acusado de desrespeitar Constituição, ele preferiu evitar impeachment



O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (18). O anúncio foi feito em rede nacional de televisão, em meio à campanha de impeachment liderada pela oposição. Ele disse que consultou seus conselheiros antes de tomar a decisão e que fez uma opção que vai evitar “uma instabilidade ainda maior no país”.


“Depois de analisar a situação e consultar conselheiros legais e aliados políticos, decidi renunciar”, disse Musharraf, de 65 anos, que estava no poder desde 1999 e era um dos principais aliados dos Estados Unidos na guerra ao terrorismo iniciada após os atentados de 11 de Setembro. “Deixo meu futuro nas mãos do povo.”


O presidente do Senado, Mohamadmian Sumro, assumiu interinamente a presidência. Novas eleições devem ser feitas em um prazo entre um e dois meses, segundo a Constituição.


'A nação será derrotada'


Durante o discurso à nação, Musharraf disse que “a acusação contra ele não pode ser comprovada”. Ele é acusado de incompetência e também de ter violado a Constituição. “Ganhe ou perca o impeachment, em qualquer caso, a nação será derrotada”, afirmou.

Musharraf afimou que as acusações contra ele “são falsas” e que “tentaram transformar verdades em mentiras”.


O processo de destituição parlamentar começou na semana passada e foi iniciada por líderes do Partido do Povo do Paquistão (PPP), da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, e pela Liga Muçulmana do Paquistão Nawaz (PML-N, na sigla em inglês), liderado pelo ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif.

Musharraf defendeu suas ações nos últimos nove anos, dizendo que liderou o Paquistão em algumas de suas piores crises desde a independência em 1947. Ele disse ainda que nos últimos oito meses, desde que deixou de exercer os poderes do Executivo, a economia do Paquistão vem se deteriorando.

O impasse político e a incerteza em torno de Musharraf haviam afetado os mercados financeiros do país de 165 milhões de habitantes, que possui armas nucleares. Havia preocupação no exterior de que, diante da crise política, Islamabad estivesse se distraindo do combate à militância islâmica.Musharraf está politicamente acuado desde que uma aliança oposicionista venceu as eleições de fevereiro e formou um novo governo. Fontes da coalizão haviam dito na semana passada que o presidente exigira imunidade parlamentar em troca da renúncia. A notícia fez a bolsa paquistanesa recuperar-se e a rupia se valorizar.


Comemoração


Bilawal Bhutto Zardari, filho da ex-líder do Partido Popular do Paquistão (PPP) Benazir Bhutto, disse que a saída de Musharraf do poder "eliminou um obstáculo para a democracia no Paquistão".

Bilawal, de 20 anos, que chegou à cidade de Karachi e está destinado a assumir a liderança do PPP quando fizer 25 anos, disse ao canal de televisão Geo TV que sua formação está comprometida a restituir em seus cargos os magistrados do Supremo expulsos por Musharraf.
Esta opinião está alinhada à do partido Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), também governistas, legenda que se mostrou partidária de restaurar "em breve" os juízes em seus cargos.

A governamental Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), liderada pelo ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, também comemorou a renúncia do presidente e se mostrou contrária a conceder-lhe imunidade após sair do poder. "Nossa posição a respeito de conceder-lhe uma saída é clara. Musharraf quebrou a Constituição e deve pagar por isso", disse o secretário de informação da PML-N, Ahsan Iqbal, em declarações à imprensa.


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Primeiro, Israel; Décimo-Primeiro, Irã; Décimo-Sétimo, Egito


O índice de desenvolvimento humano da ONU mede a expectativa de vida, a alfabetização, a educação e a renda per capita dos países. O ranking do Oriente Médio e Norte da África seria o seguinte (note que acrescentei EUA, Brasil e Argentina como referência), baseado nos números de 2008 - os de 2009 serão publicados daqui dois meses

ESTADOS UNIDOS 15
1. Israel (24 geral)
2. Kuwait (29 geral)
3. Chipre (30 geral)
4. Emirados Árabes Unidos (31 geral)
5. Bahrein (32 geral)
6. Qatar (34 geral)
ARGENTINA 46
7. Líbia (52 geral)
8. Arábia Saudita (55 geral)
BRASIL 70
9. Turquia (76 geral)
10. Líbano (78 geral)
11. Irã (84 geral)
12. Jordânia (90 geral)
13. Tunísia (95 geral)
14. Argélia (100 geral)
15. Síria (105 geral)
16. Territórios Palestinos (106 geral)
17. Egito (116 geral)
18. Marrocos (127 geral)
19. Iêmen (138 geral)
20. Sudão (146 geral)

a) Conforme esperado, Israel está em primeiro lugar, com os países pequenos do golfo Pérsico bem próximos. O Chipre grego-ortodoxo também se posicionou bem, mas, se incluíssem a parte turca, o cenário seria diferente.

b) A Líbia surpreende ao ter um lugar à frente de grandes economias como o Brasil e a Turquia. Pode-se usar o argumento do petróleo, mas a Arábia Saudita tem mais ainda e ficou atrás.

c) Os turcos, como os brasileiros, não estão à frente de países menos desenvolvidos por causa da elevada desigualdade social

d) O Líbano, que superou guerras e ocupações, mantém uma colocação razoável, mas bem distante de sua imagem de país mais ocidentalizado de toda a região. Beirute pode ser mais sofisticada do que qualquer capital do Golfo ou de Israel, mas ainda possui um índice de desenvolvimento humano inferior

e) Enquanto se preocupa em desenvolver um programa nuclear, o governo do Irã parece se esquecer de investir na sua população. Apesar de todo o petróleo, os iranianos sequer conseguiram ficar entre os dez primeiros da região

f) A Jordânia, tão elogiada no Ocidente, está em um medíocre 12o lugar. Uma situação não muito melhor do que a Argélia, que passou por uma guerra civil. Parece que o rei Abdullah não faz um trabalho tão bom

g) O regime de Hosni Mubarak fechou a sua fronteira com Gaza para impedir a entrada de palestinos. Curiosamente, eles iriam de uma região com maior desenvolvimento humano para outra pior. Os egípcios ficaram atrás dos palestinos

h) O Marrocos, com todas as suas atrações turísticas e um dos destinos preferidos ao lado do Egito, está em uma vergonhosa 127o colocação, colocando a monarquia mediterrânea mais próxima dos vizinhos da África do que dos árabes

i) O Sudão, com seu genocídio, e o Yemen, onde praticamente inexiste Estado, estão nas últimas colocações

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Oriente Médio prepara jejum do Ramadã sob ameaça da gripe suína


Os mulçumanos do Oriente Médio se preparam para o jejum do Ramadã sob a ameaça da gripe suína, como é chamada a gripe A (H1N1), que reduziu significativamente o número de fiéis que viajam para a Meca nesta época do ano para a tradicional "pequena peregrinação" da Omara.
Segundo os habitantes dessa cidade santa do oeste da Arábia Saudita, o número de visitantes aumentou nesta semana em Meca, na véspera do Ramadã que começou na sexta-feira (21) e no sábado (22), mas continua muito abaixo do normal.
A economia de meca pode sofrer as consequências das restrições impostas por Irã, Egito e outros países para a pequena peregrinação por medo contágio. No início do mês de agosto, o Irã proibiu as viagens para a Arábia Saudita durante o Ramadã, e o Egito decidiu proibir a Omra aos maiores de 65 anos e menores de 25.
Na Europa, os representantes oficiais dos mulçumanos na França também "desaconselharam" a pequena peregrinação que é, diferente do Haj, um dos cinco pilares do islamismo. Ela pode ser feita em qualquer momento do ano, mas é recomendada mesmo durante o Ramadã.
A Omra é mais fácil de realizar, pois não está submetida às autorizações de cotas por país do Haj, que todo muçulmano deve fazer caso tenha as condições financeiras. Saad al Qurachi, da Câmara de Comércio e da industria de Meca, considerou que a atividade econômica da cidade santa pode retroceder 40% nos próximos meses devido ao temor de contágio.
"Para a Omra durante o Ramadã, registramos muitos cancelamentos", afirmou Naseem Jan, do hotel Mercure Grand Umm al Qura, que recebe peregrinos europeus. "Estamos afetados pela crise econômica e pela gripe suína ao mesmo tempo", disse.
A Arábia Saudita anunciou que o número de enfermos da gripe suína chegou a 2.000, com mais de 14 mortos, desde que a doença apareceu no país em 3 de junho passado.
O vírus afeta atualmente a maioria dos países da região. O Kuait e o Iêmen anunciaram na quarta-feira (19) seus primeiros casos fatais.
A primeira vítima da região foi uma egípcia que faleceu em 19 de julho passado, ao voltar de Meca. Pouco depois, os ministros árabes da Saúde decidiram seguir recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e desaconselharam o Omra e o Haj para os maiores de 65 anos, as mulheres grávidas e os menores de 12 anos.
Muitos sauditas consideram que o país, guardião dos lugares santos do islã da Meca e Medina, não pode proibir as peregrinações.
Por: Paul Handley
21/08/2009


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Obama busca ajuda de Mubarak para paz no Oriente Médio


O presidente dos EUA, Barack Obama, conversa nesta terça-feira com o líder egípcio, Hosni Mubarak, para buscar ajuda na retomada do processo de paz do Oriente Médio.

Será a primeira visita de Mubarak a Washington desde 2003. As relações entre os dois países se deterioraram sob o governo de George W. Bush, que irritou o Cairo com sua pressão pela democratização e melhoria dos direitos humanos no Egito.

Obama, menos estridente na cobrança dessas questões no Egito e no resto do Oriente Médio, tem a retomada do processo de paz entre palestinos e israelenses como uma das suas prioridades diplomáticas.

"A viagem é simbólica do reaquecimento de uma relação que passou por muita tensão durante o mandato do presidente Bush", disse Tamara Cofman Wittes, especialista em Oriente Médio da entidade norte-americana Brookings Institution.

O governo Obama tem estimulado governos árabes moderados a tomar medidas que incentivem Israel a congelar a ampliação dos seus assentamentos em territórios palestinos.

Os países árabes relutam a tomar tais medidas -- o que incluiria autorização para sobrevoo de aviões civis israelenses, fim das restrições a turistas que tenham carimbos israelenses em seus passaportes e permissão para que Israel estabeleça representações diplomáticas nas capitais árabes.

Uma fonte do governo norte-americano disse que Obama e Mubarak manterão uma "discussão robusta acerca do estado das coisas no Oriente Médio".

"Em particular, o presidente irá querer discutir como os Estados árabes podem ajudar a criar um contexto para lançar negociações entre Israel e os palestinos, ao aceitar gestos com relação a Israel no contexto da iniciativa de paz árabe", disse.

Tal iniciativa prevê o reconhecimento árabe da existência de Israel, em troca da desocupação israelense de todos os territórios árabes ocupados em 1967 e uma solução "justa" para a questão dos refugiados palestinos.

Em entrevista à rádio pública norte-americana, Mubarak disse que as negociações entre palestinos e israelenses devem focar num acordo geral de paz, e não apenas na questão dos assentamentos.

"Se Israel resolver o problema entre eles e os palestinos, e os dois Estados forem estabelecidos..., acho que nós (árabes) poderemos ter relações normais com Israel", afirmou.

"Em vez de falar em impedir mais assentamentos, como ouvimos tantas vezes, já há mais de dez anos, e (os assentamentos) nunca param, o que posso dizer é que temos de considerar toda a questão holisticamente, e negociar em cima da resolução final."

Esse será o terceiro encontro em três meses entre Obama e Mubarak. Os anteriores ocorreram em junho, no Cairo, e julho, na Itália.

Obama, de 48 anos, ainda era universitário quando Mubarak, de 81, chegou ao poder, depois do assassinato de Anwar Sadat, em 1981. Analistas dizem que o norte-americano precisa da ajuda do veterano líder árabe para reunir as partes em conflito -- o Egito é um dos poucos países árabes que mantêm relações com Israel.

"É preciso notar que a química pessoal entre o presidente George W. Bush e o presidente Mubarak era péssima. Então acho que há um esforço para deixar isso bem para trás", disse Steven Cook, especialista em Oriente Médio que prepara um livro sobre as relações EUA-Egito.
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OLP acusa Israel de querer zerar negociações de paz

Ramala, 22 ago (EFE).- Israel quer retomar as negociações de paz com os palestinos a partir do zero, em vez de respeitar o compromisso assumido em 2007 durante a conferência de Annappolis (Estados Unidos), denunciou hoje a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Após a ofensiva contra Gaza na virada do ano, o Governo israelense do conservador Benjamin Netanyahu se "recusa recomeçar o diálogo sobre o status final a partir do último ponto em que nos detivemos", lamentou Saeb Erekat, representante da OLP nas negociações.

Erekat, um dos principais assessores do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, também acusou Netanyahu de rejeitar o Mapa de Caminho, lançado em 2003 pelo Quarteto de Madri (EUA, Rússia, ONU e União Europeia).

Para o negociador palestino, enquanto o Executivo israelense descumpre os compromissos assumidos, a OLP "busca uma paz em conformidade com o direito e a legitimidade internacional".
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Reino Unido e Israel alertam Irã sobre programa nuclear

Reino Unido e Israel alertaram o Irã nesta terça-feira que o país enfrentará sanções internacionais mais duras se não cooperar em seu polêmico programa nuclear.

Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha devem pedir à Rússia e China, durante reunião no dia 2 de setembro, que considerem uma quarta rodada de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas), possivelmente contra o setor petrolífero iraniano, caso Teerã não aceite negociações sobre seu programa nuclear.

"Se não houver progresso maior imediatamente então acredito que o mundo terá que analisar o aumento de sanções ao Irã como uma questão de prioridade", afirmou o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, durante coletiva de imprensa em Londres com o seu par israelense, Binyamin Netanyahu.

Os EUA e seus aliados, incluindo o Reino Unido, acusam o Irã de tentar desenvolver armas atômicas, enquanto o país diz querer somente tecnologia nuclear para a geração de eletricidade.

Perguntado sobre a perspectiva de o Irã desenvolver armas nucleares, Netanyahu disse: "O tempo está se esgotando. Já é tarde, mas não tarde demais".

"Se a resolução dos membros responsáveis da comunidade internacional for forte e firme, então por mais tarde que seja, o futuro estará garantido. E esta é a nossa preferência", acrescentou Netanyahu.

Acredita-se que Israel seja o único país do Oriente Médio a possuir arsenal atômico. O país alega que uma bomba iraniana é uma ameaça à sua existência, e que não irá tolerá-la.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas impôs três rodadas de sanções ao Irã, em dezembro de 2006 e em março de 2007 e março de 2008, contra empresas iranianas e indivíduos ligados ao programa nuclear.
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Principal opositor diz que eleição no Afeganistão foi manipulada


Comissão para Reclamações Eleitorais disse ter recebido 225 reclamações.Tanto Abdullah Abdullah como o presidente Hamid Karzai alegaram vitória.



Abdullah Abdullah, o principal opositor do presidente do Afeganistão na eleição presidencial da semana passada, disse neste domingo (23) ter evidência de que a votação foi amplamente manipulada.

Com a contagem dos votos em andamento após a eleição de quinta-feira, o país ainda espera de um resultado oficial, embora o início do mês de Ramadã e uma relativa acalmada na violência tenha ajudado a aliviar as tensões.
Uma eleição com um resultado respeitado pelos candidatos e seus partidários é crucial para o país e para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que colocou a estabilidade do Afeganistão como sua prioridade na área de política externa.
"Os relatórios iniciais que nós recebemos são alarmantes", disse Abdullah Abdullah. "Deve ter havido milhares de violações em todo o país, nenhuma dúvida a respeito disso."
Em um comunicado separado, o grupo nacional de observação das eleições afirmou estar lidando com um grande número de reclamações, mas que não há nenhum sinal de que estas afetariam diretamente o resultado das eleições.
Duas pesquisas realizadas antes das eleições previram que Karzai ganharia, mas não com margem suficiente para evitar um segundo turno contra Abdullah.
A Comissão para Reclamações Eleitorais (ECC, na sigla em inglês) disse ter recebido 225 reclamações, das quais 35 foram classificadas como prioritárias.
Milhares de pessoas enfrentaram ameaças de violência do Taliban para votar na segunda eleição presidencial do país. Com os dois lados alegando vitória, o enviado de Washington à região, Richard Holbrooke, disse que tanto Karzai quanto Abdullah prometeram respeitar o resultado.
Fonte: G1 - Globo.com

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ONU pede paciência antes de resultado da eleição no Afeganistão

O enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Afeganistão, Kai Eide, pediu nesta segunda-feira aos candidatos e eleitores que mantenham a paciência enquanto as queixas sobre a eleição presidencial da semana passada estão sendo averiguadas.

A Comissão Eleitoral Independente (CEI) ainda não anunciou os resultados da votação da última quinta-feira (20). O órgão, porém, afirmou que as reclamações de fraude encaminhadas até agora não tinham importância suficiente para alterar os dados finais. Os primeiros resultados parciais devem ser divulgados amanhã (25).

O país está em um estado de limbo político desde a eleição, a segunda realizada no Afeganistão desde a derrubada do grupo radical islâmico Taleban no final de 2001. Como ainda não há resultados oficiais, vários candidatos estão proclamando vitória e alegando fraude em favor de seus opositores.

Um resultado que seja aceito pelos candidatos e seus partidários é crucial para o país e para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que fez da estabilização do Afeganistão sua prioridade em política externa.

O ex-ministro das Relações Exteriores Abdullah Abdullah, principal rival do presidente Hamid Karzai, tem se pronunciado mais, acusando o campo do atual chefe de Estado de "fraude em larga escala" e dizendo que seus partidários apresentaram mais de cem queixas às autoridades eleitorais.

Tanto Karzai quanto Abdullah proclamam vitória, mas também prometeram respeitar o resultado e evitar a incitação de violência. A CEI, parcialmente nomeada pela ONU, está examinando as reclamações.

O enviado das Nações Unidas, Kai Eide, reconheceu que houve alguns problemas na eleição, mas pediu paciência enquanto as autoridades averiguam as queixas.

"Não há dúvida de que houve irregularidades durante a votação e antes do dia da eleição", disse ele a repórteres na sede da CEI, em Cabul.

"Faço um apelo aos candidatos e às suas campanhas, como também aos eleitores, para que demonstrem a paciência e a calma necessária para que a CEI realize seu trabalho", afirmou Eide.

Duas pesquisas de opinião antes da eleição previram a vitória de Karzai, mas não por margem suficiente para evitar um segundo turno potencialmente desestabilizador contra Abdullah, em outubro.

Para vencer no primeiro turno o candidato deve obter mais de 50% dos votos.

A CEI informou ter recebido 225 reclamações, incluindo intimidação de eleitores, violação de urnas, violência e interferência de algumas autoridades eleitorais. Desse total, 35 foram classificadas como prioritárias, mas o vice-diretor da CEI, Zekria Barakzai, declarou à imprensa que elas não afetam o resultado da eleição.
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Bagdá deve seguir São Paulo na proibição ao fumo em lugares fechados



Os paulistas começaram a perceber agora qual a sensação de ir a um bar ou boate (balada ou discoteca, dependendo a faixa etária) e voltar para a casa à noite sem o cheiro de fumaça.


Mas será que essa moda pega? O governo iraquiano enviou ao Congresso uma lei para banir o cigarro de todos os ambientes fechados e prédios públicos. Não consigo imaginar como será. No mundo árabe, assim como na Espanha e em alguns países europeus, quase todos fumam. Nos táxis,a educação é oferecer o cigarro ao passageiro, e não perguntar se pode fumar. Em Bagdá, não é muito diferente. Aliás, até pior, já que grande parte dos libaneses vive ou viaja para exterior. Outros possuem família em países como EUA, Austrália e Canadá, enquanto não há diáspora de iraquianos, a não ser para a Síria.

Aparentemente, a decisão provém da influência dos americanos. O Iraque tem aprendido muito com as tropas dos EUA. Sendo contra ou a favor da guerra, sabendo de todas as mortes que já ocorreram no país, dá para ver um lado positivo na ocupação americana. O Iraque, depois do Líbano e dos palestinos – e, até certo ponto, do Qatar – está mais próximo da democracia do que seus outros vizinhos árabes. E também adota posturas como a da proibição do cigarro, já que fumantes passivos possuem elevada chance de ter câncer e outras doenças. O cigarro, de acordo com o Ministério da Saúde do Iraque, mata 55 pessoas por dia no país, contra dez em consequência do conflito.

Claro, ainda haverá a questão do narguile. Proíbe também ou não? Na Turquia (que não é árabe), vão proibir. Certamente, a oposição será maior do que no caso do cigarro. Faz parte da cultura da região sentar em uma casa de chá, fumar narguile e jogar gamão. Vamos ver no que dá
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Ópio alimenta engrenagem da guerra no Afeganistão

O Afeganistão produz 93% da matéria-prima para a heroína, o ópio extraído da papoula, e os estimados US$ 5 bilhões anuais obtidos com o comércio são a principal fonte de financiamento do Taleban, informa Igor Gielow, enviado especial da Folha a Cabul, na edição deste domingo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

O porta-voz do Ministério Antidrogas do Afeganistão, Zulmai Alzali, cita os US$ 5 bilhões, mas crê que cerca de um quinto disso chegue aos insurgentes. A ONU fala em US$ 400 milhões, e um relatório recente do Senado americano abaixa ainda mais o valor, para US$ 70 milhões.

"Importa pouco. Eles não precisam de mais do que armas, e armas não são tão caras assim", afirma.

"O Afeganistão tenta fazer sua parte, vamos tirar a papoula de 22 das 34 Províncias até o fim do ano. Mas não adianta, precisamos de ajuda verdadeira da comunidade internacional. O tráfico é mundial, as máfias são transnacionais, e são vocês que consomem a droga que produzimos", disse Alzali, tomando o Brasil como parte do dito Ocidente.

A ONU estima em 150 mil os usuários de ópio, que é fumado, e em 50 mil os de heroína, que é injetada. Isso perfaz expressivo 1,5% da população afegã --a média de usuários de opiáceos no Brasil é de 0,5%.
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TAILÂNDIA NEGA EXTRADIÇÃO DE MERCADOR DA MORTE AOS EUA


11/08/2009 - 10h03
Tailândia nega extradição de Mercador da Morte aos EUA

colaboração para a Folha Online
Um tribunal da Tailândia rejeitou nesta terça-feira a extradição do russo Viktor Bout, conhecido como Mercador da Morte, para os Estados Unidos, onde ele deveria ser julgado pela acusação de traficar armas para rebeldes colombianos.
Os EUA argumentavam que Bout supostamente participou de uma conspiração para vender, por uma quantia milionária, armas que a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) poderia usar para matar norte-americanos.
Efe
Viktor Bout (centro), um dos maiores traficantes de armas do mundo, em foto tirada quando foi preso em Bancoc, na Tailândia
"As acusações dos EUA não são aplicáveis sob a lei tailandesa. Trata-se de um caso político", disse o juiz Jittakorn Wattanasin no veredicto da Corte Criminal de Bancoc.
"As Farc lutam por uma causa política e não são uma quadrilha criminosa. A Tailândia não reconhece as Farc como grupo terrorista."
Bout foi preso numa operação conjunta EUA-Tailândia em março de 2008, num hotel de Bancoc, quando chegava de Moscou.
Vestido com um desbotado traje laranja de prisioneiro, Bout, 42, sorriu quando o juiz leu a sentença e fez com os dedos um 'V' de vitória ao deixar o tribunal. Os promotores têm 72 horas para recorrer.
O chefe adjunto da missão diplomática americana, James F. Entwistle, disse estar "desapontado confuso pela decisão do tribunal inferior". "Acreditamos que os fatos, a legislação tailandesa relevante, e os termos do tratado bilateral de extradição claramente apoiam a extradição de Viktor Bout aos EUA para enfrentar julgamento por sérias acusações de terrorismo", disse.
Já Andrey V. Dvornikov, funcionário da embaixada russa, disse que Moscou estava "satisfeito" com a decisão do tribunal, mas que Bout ainda não está livre. "Esse caso estará encerrado quando o senhor Bout estiver em casa", afirmou.
Bout
O ex-piloto e agente da KGB, o serviço secreto soviético, afirma ser um honrado empresário, fala seis idiomas e é conhecido por oito nomes diferentes.
O personagem interpretado por Nicolas Cage no filme "O Senhor das Armas" (2005) foi vagamente inspirado em Bout, que nasceu no Tadjiquistão.
Ele nega envolvimento no tráfico ilegal de armas e alega que estava envolvido apenas no transporte das cargas.
Há um ano e meio ele é mantido em uma prisão de segurança máxima da capital tailandesa, na qual assegura ter sido tratado "pior que em Guantánamo".
Segundo os serviços de inteligência ocidentais, o suposto traficante aproveitou o fim da União Soviética para comprar de generais corruptos e a baixo preços, arsenais inteiros na Bulgária, Moldova ou Ucrânia, para vendê-los a regiões de conflito, principalmente à África.
O Mercador da Morte se transformou no principal provedor de armas para as guerras em Serra Leoa, Angola e República Democrática do Congo.
A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional afirma que ele chegou a operar uma frota de mais de 50 aviões que transportavam armas por todo o continente africano, onde conseguiu até mesmo evitar um embargo internacional para fazer negócios com Charles Taylor, ex-presidente da Libéria e notório "senhor da guerra", que atualmente está sendo julgado em Haia por crimes de guerra.
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Manifesto de Gandhi sobre os judeus na Palestina*

M. K. Gandhi
Harijan, 26 de novembro de 1938

In M.K.Gandhi, My Non-Violence
Editado por Sailesh K. Bandopadhaya
Navajivan Publishing House
Ahmedabad, 1960


Recebi muitas cartas solicitando a minha opinião sobre a questão judaico-palestina e sobre a perseguição aos judeus na Alemanha. Não é sem hesitação que ouso expor o meu ponto-de-vista.
Na Alemanha as minhas simpatias estão todas com os judeus. Eu os conheci intimamente na África do Sul. Alguns deles se tornaram grandes amigos. Através destes amigos aprendi muito sobre as perseguições que sofreram. Eles têm sido os "intocáveis" do cristianismo; há um paralelo entre eles, e os "intocáveis" dos hindus. Sanções religiosas foram invocadas nos dois casos para justificar o tratamento dispensado a eles. Afora as amizades, há a mais universal razão para a minha simpatia pelos judeus. No entanto, a minha simpatia não me cega para a necessidade de Justiça.
O pedido por um lar nacional para os judeus não me convence.
Por que eles não fazem, como qualquer outro dos povos do planeta, que vivem no país onde nasceram e fizeram dele o seu lar?
A Palestina pertence aos palestinos, da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses, ou a França aos franceses.
É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética. Os mandatos não têm valor. Certamente, seria um crime contra a humanidade reduzir o orgulho árabe para que a Palestina fosse entregue aos judeus parcialmente ou totalmente como o lar nacional judaico.
O caminho mais nobre seria insistir num tratamento justo para os judeus em qualquer parte do mundo em que eles nascessem ou vivessem. Os judeus nascidos na França são franceses, da mesma forma que os cristãos nascidos na França são franceses.
Se os judeus não têm um lar senão a Palestina, eles apreciariam a idéia de serem forçados a deixar as outras partes do mundo onde estão assentados? Ou eles querem um lar duplo onde possam ficar à vontade?
Este pedido por um lar nacional oferece várias justificativas para a expulsão dos judeus da Alemanha. Mas a perseguição dos alemães aos judeus parece não ter paralelo na História. Os antigos tiranos nunca foram tão loucos quanto Hitler parece ser.
E ele está fazendo isso com zelo religioso. Ele está propondo uma nova religião de exclusivo e militante nacionalismo em nome do qual, qualquer atrocidade se transforma em um ato de humanidade a ser recompensado aqui e no futuro. Os crimes de um homem desorientado e intrépido, estão sendo observados sob o olhar da sua raça, com uma ferocidade inacreditável.
Se houver sempre uma guerra justificável em nome da humanidade, a guerra contra a Alemanha para prevenir a perseguição desumana contra uma raça inteira seria totalmente justificável. Mas eu não acredito em guerra nenhuma. A discussão sobre a conveniência ou inconveniência de uma guerra está, portanto, fora do meu horizonte. Mas se não pode haver guerra contra a Alemanha, mesmo por crimes que estão sendo cometidos contra os judeus, certamente não pode haver aliança com a Alemanha. Como pode haver aliança entre duas nações que clamam por justiça e democracia e uma se declara inimiga da outra? Ou a Inglaterra está se inclinando para uma ditadura armada, e o que isso significa?
A Alemanha está mostrando ao mundo como a violência pode ser eficientemente trabalhada quando não é dissimulada por nenhuma hipocrisia ou fraqueza mascarada de humanitarismo; está mostrando como é hediondo, terrível e assustador quando isso aparece às claras, sem disfarces. Os judeus podem resistir a esta organizada e desavergonhada perseguição? Existe uma maneira de preservar a sua auto-estima e não se sentirem indefesos, abandonados e infelizes? Eu acredito que sim. Ninguém que tenha fé em Deus precisa se sentir indefeso, ou infeliz. O Jeová dos judeus é um Deus mais pessoal que o Deus dos cristãos, muçulmanos ou hindus, embora realmente, em sua essência, Ele seja comum a todos. Mas como os judeus atribuem personalidade a Deus e acreditam que Ele regula cada ação deles, estes não se sentiriam desamparados.
Se eu fosse judeu e tivesse nascido na Alemanha e merecido a minha subsistência lá, eu reivindicaria a Alemanha como o meu lar, do mesmo modo que um "genuíno" alemão o faria, e desafiaria qualquer um a me jogar na masmorra; eu me recusaria a ser expulso ou a sofrer discriminação. E fazendo isso, não deveria esperar por outros judeus me seguindo em uma resistência civil, mas teria confiança que no final estariam compelidos a seguir o meu exemplo.
E agora uma palavra aos judeus na Palestina:
Não tenho dúvidas de que os judeus estão indo pelo caminho errado. A Palestina, na concepção bíblica, não é um tratado geográfico. Ela está em seus corações. Mas se eles devem olhar a Palestina pela geografia como sua pátria mãe, está errado aceitá-la sob a sombra do belicismo britânico. Um ato religioso não pode acontecer com a ajuda da baioneta ou da bomba. Eles poderiam estabelecer-se na Palestina somente pela boa vontade dos palestinos. Eles deveriam procurar convencer o coração palestino. O mesmo Deus que rege o coração árabe, rege o coração judeu. Só assim eles teriam a opinião mundial favorável às suas aspirações religiosas. Há centenas de caminhos para uma solução com os árabes, se descartarem a ajuda da baioneta britânica.
Como está acontecendo, os judeus são responsáveis e cúmplices com outros países, em arruinar um povo que não fez nada de errado com eles.
Eu não estou defendendo as reações dos palestinos. Eu desejaria que tivessem escolhido o caminho da não-violência a resistir ao que eles, corretamente, consideraram como invasão de seu país por estrangeiros. Porém, de acordo com os cânones aceitos de certo e errado, nada pode ser dito contra a resistência árabe face aos esmagadores acontecimentos.
Deixemos os judeus, que clamam serem os Escolhidos por Deus, provar o seu título escolhendo o caminho da não-violência para reclamar a sua posição na Terra. Todos os países são o lar deles, incluindo a Palestina, não por agressão mas por culto ao amor.
Um amigo judeu me mandou um livro chamado A contribuição judaica para a civilização, de Cecil Roth. O livro nos dá uma idéia do que os judeus fizeram para enriquecer a literatura, a arte, a música, o drama, a ciência, a medicina, a agricultura etc., no mundo. Determinada a vontade, os judeus podem se recusar a serem tratados como os párias do Ocidente, de serem desprezados ou tratados com condescendência.
Eles podiam chamar a atenção e o respeito do mundo por serem a criação escolhida de Deus, em vez de se afundarem naquela brutalidade sem limites. Eles podiam somar às suas várias contribuições, a contribuição da ação da não-violência.
_________
*Ao contrário do que falsamente apregoam aqueles que defendem a ocupação da Palestina como um direito do povo judeu, Gandhi nunca voltou atrás em suas declarações e jamais deixou de denunciar essa escandalosa brutalidade e evidente injustiça como imperdoável crime contra a humanidade.
Em várias ocasiões Gandhi reiterou enfaticamente as suas denúncias sobre a violência do terrorismo judeu contra o povo palestino, como se pode ver claramente nestas suas declarações a alguns meses antes daquela esquisita
Assembléia Geral da ONU presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha:
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Foto da semana: Democracia azul

20/08 - Mulheres afegãs de burca fazem fila em uma mesquita para aguardar sua vez de votar nas eleições para presidente do Afeganistão. Dois militantes do Talibã foram mortos em Cabul nesta quinta enquanto milhões votavam sob clima de tensão e violência no país.

Milhões de afegãos foram às urnas nesta quina-feira nas primeiras eleições presidenciais do país desde 2001, em meio a ataques de militantes do Talebã.
Segundo um comandante da polícia militar, os corpos de dois militantes foram recuperados depois de um tiroteio com a polícia em Cabul.
De acordo com a polícia, os dois militantes mortos eram extremistas suicidas - mas não está claro se eles detonaram as bombas ou foram mortos a tiros.
A polícia afirma que outros dois extremistas suicidas foram mortos antes de atingir seu alvo, na província de Paktia.
Na província de Baghlan, norte do país, um chefe da polícia distrital foi morto em um ataque do Talebã contra uma delegacia. Há informações que os choques continuaram, com mortes não confirmadas do lado do Talebã.
Também há informações de pequenos ataques com foguetes em províncias em todo o país.
A milícia Talebã já havia ameaçado atrapalhar as eleições nas quais o presidente Hamid Karzai concorre a um segundo mandato, mas segundo um porta-voz da ONU no país, a grande maioria dos postos de votação estava aberta.
Cerca de 300 mil soldados afegãos e de tropas internacionais foram destacados para garantir a segurança durante a votação.

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Signatários do Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares se comprometem a não desenvolver energia nuclear para fins militares


O Tratado Sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares surgiu em 1970, em plena Guerra Fria, mas só foi ratificado em 2002. Assinaram o acordo 188 países, entre os que já possuíam armas nucleares antes de 1967 (Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China e França) e os que ainda não possuem essa tecnologia. Os cinco signatários que são potências nucleares fazem parte do Conselho de Segurança da ONU e, segundo o acordo, se comprometem a não utilizar e nem transferir armas nucleares para outros países ou ajudá-los a adquiri-las. Paulo Edgar de Almeida Resende, Coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional da PUC-SP, explica que os países que não detêm armas nucleares também possuem o mesmo compromisso. "Quando uma nação faz parte do tratado, tem que excluir qualquer tipo de desenvolvimento de energia nuclear para fins militares. Para que fique claro que não há nenhum direcionamento bélico, o país tem que se abrir para uma fiscalização", diz. O responsável pela inspeção é a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que deve ter acesso a todas as informações sobre os programas nucleares dos signatários do tratado.
O que preocupa a comunidade internacional no momento é que quatro países que também são claramente detentores de armas nucleares não fazem parte do acordo: Índia, Paquistão, Israel e Coréia do Norte. O país asiático se retirou do tratado em 2003 depois de desentendimentos com os Estados Unidos. Desde 1994, a Coréia do Norte havia desativado todo seu programa nuclear, inclusive para a produção de energia elétrica, em troca do envio de petróleo por outros países. Porém, no fim de 2002, os Estados Unidos acusaram o país de sustentar um programa nuclear secreto, cortando a ajuda energética. Com isso, a Coréia do Norte saiu do tratado e reativou suas usinas. Desde então, a comunidade internacional especula se o movimento havia sido apenas uma barganha do governo para voltar a receber ajuda internacional ou se o país estava mesmo engajado em produzir armas nucleares.
A manchete dos jornais do mundo inteiro foram os exercícios militares da Coréia do Norte, que disparou mísseis balísticos em direção do mar do Japão e fez um teste subterrâneo com uma arma nuclear da mesma magnitude da bomba de Hiroshima. Seria isso um indício de que a Coréia poderia tentar atacar o Japão? Paulo Resende acredita que não, "na verdade, o perigo não é o de que a Coréia do Norte use as armas, mas que ele entre no mercado negro e venda a tecnologia para países do Oriente Médio ou da África". Apesar das tensões na região, o poderio militar japonês é muito superior ao norte-coreano e o país não se arriscaria em uma guerra. "Uma das hipóteses é que a Coréia do Norte queria se mostrar como uma potência nuclear para obrigar os Estados Unidos a colocar um fim à Guerra da Coréia, que formalmente nunca terminou. Também pode ser uma forma de ter um trunfo em relação à Coréia do Sul, que hoje está se tornando uma potência econômica".

Disponível em: http: //revistaescola.abril.uol.com.br/geografia/fundamentos/paises-possuem-armas-nucleares-quais-deles-nao-estao-tratado-nao-proliferacao-armas-nucleares-473379.shtml
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ONG diz que Hamas comete crimes de guerra ao lançar foguetes contra Israel


O grupo de direitos humanos Human Rights Watch divulgou relatório nesta quinta-feira no qual condena o lançamento de foguetes pelo grupo islâmico radical palestino Hamas contra civis em território israelense, o que classifica como "crime de guerra".

"Como autoridade que governa na faixa de Gaza, o Hamas deveria declarar publicamente que renuncia a esses ataques dirigidos contra aglomerações civis israelenses e castigar seus responsáveis, incluindo os membros de seu braço militar", afirma Iain Levine, diretor de programa da HRW e autor do informe.

"O Hamas e outros grupos armados palestinos dispararam nos últimos anos milhares de foguetes contra civis israelenses, centenas deles durante a ofensiva militar israelense de três semanas contra a faixa de Gaza", afirma o relatório.

A grande ofensiva israelense lançada contra a faixa de Gaza entre dezembro e janeiro passados foi realizada, segundo o governo israelense, como represália aos ataques de foguetes do Hamas. A operação deixou 1.370 mortes, segundo o Exército Israelense --número que sobre a 1.434, segundo relatório do Centro Palestino de Direitos Humanos. A maioria das vítimas foram civis palestinos.

Segundo a HRW, os foguetes colocaram em perigo cerca de 800 mil pessoas.

"As forças do Hamas violaram as leis da guerra ao disparar deliberada e cegamente contra cidades israelenses a partir de setores habitados por civis em Gaza, expondo assim estes últimos ao perigo de uma resposta israelense", afirma ainda Levine.

O informe destaca o caráter impreciso dos foguetes Quassam fabricados por palestinos ou os Grad da ex-União Soviética disparados pelo Hamas --o que facilitaria a ocorrência de vítimas civis.

O informe recorda, contudo, que as operações do Exército israelense causaram perdas muitos superiores entre os palestinos --"centenas de civis em ataques aéreos, disparos de artilharia, de tanques e outros ataques".

Segundo números da polícia israelense, os foguetes do Hamas mataram 24 israelenses desde 2001. Muitos dos ataques de foguetes atingem áreas remotas do território.

No entanto, enfatiza que "as violações das leis da guerra se contabilizam não em função de vítimas civis constatado, e sim das medidas que as partes em conflito adotaram para protegê-los".

Trata-se do quinto informe da HRW sobre a operação israelense. Nos quatro informes anteriores, a ONG acusou Israel de ter violado as regras do direito internacional que obrigam um beligerante a distinguir entre alvos civis e militares.

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Pela primeira vez, Ahmadinejad indica mulheres para o ministério no Irã


O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, adiantou neste domingo a composição de seu futuro gabinete, no qual haverá pelo menos duas mulheres. Se aprovadas pelo Parlamento, elas serão as primeiras ministras no país em 30 anos. O presidente tomou posse no último dia 5, após ser reeleito em 12 de junho em primeiro turno, um resultado contestado como fraudulento nas maiores manifestações de rua desde a Revolução Islâmica, em 1979.

Em entrevista à televisão pública, o presidente ultraconservador disse explicou que trabalha "duro" há um mês em seu gabinete e prevê apresentar sua composição definitiva na quarta-feira ao Parlamento para que seja aprovada. Pela Constituição iraniana, a composição do gabinete deve ser aprovada pelo Parlamento, que pediu ao presidente que escolha pessoas com experiência para o próximo governo.

Ahmadinejad revelou que o parlamentar Fatemeh Ajorlu é sua opção para dirigir o Ministério de Bem-estar e Seguridade Social, e a ex-deputada Marzieh Vahid Dastgerdi liderará o Ministério da Saúde.

Ele também deixou em aberto a possibilidade de que uma terceira mulher possa fazer parte do novo Executivo.

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DADOS EUROPEUS ANIMAM BOLSAS DA ÁSIA, CHINA É EXCEÇÃO

Por Umesh Desai , em 14/08/09

HONG KONG (Reuters) - A maioria das bolsas da Ásia subiu nesta sexta-feira, com a do Japão renovando o pico em 10 meses, por bons dados divulgados na zona do euro na véspera.
Na China, por outro lado, o fechamento foi o menor em 5 meses em meio a temores sobre novas emissões de ações e um eventual aperto da liquidez.
O mercado de Tóquio fechou em alta de 0,76 por cento, aos 10.597 pontos.
"Os números positivos da Alemanha e da França ainda são um fator favorável para o mercado, apesar de tal cenário ter sido em parte precificado durante o rali dos mercado globais no mês passado", disse Soichiro Monji, estrategista-chefe do Daiwa SB Investments.
O índice MSCI, que reúne as bolsas da região Ásia Pacífico com exceção do Japão, subia 0,36 por cento, para 368 pontos pela manhã. O indicador atingiu pico no dia a 1,2 por cento, mas diminuiu os ganhos com as perdas na China.
Em SYDNEY, a bolsa teve alta de 0,57 por cento, enquanto TAIWAN subiu 0,49 por cento, CINGAPURA avançou 0,66 por cento e SEUL recuou 1,71 por cento.
Na quinta-feira, dados mostraram que as economias de França e Alemanha saíram da recessão no segundo trimestre, com crescimento de 0,3 por cento sobre o período imediatamente anterior. Os números, que ficaram acima da previsão, fizeram o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro cair bem menos que o esperado, em 0,1 por cento.
O otimismo gerado pelos dados europeus contrabalançou os fracos dados de varejo e emprego dos Estados Unidos na véspera.
O índice de Xangai caiu 2,98 por cento, para 3.046 pontos, por preocupações de que mais empresas possam se capitalizar nas fortes valorizações recentes do mercado vendendo novas ações. Na semana, a bolsa chinesa acumulou queda de 6,5 por cento.
As perdas de Xangai desanimaram também a bolsa de Hong Kong, que teve uma ligeira valorização de 0,15 por cento.
As bolsas asiáticas estão em seu sexto mês de alta, mas o ritmo parece estar perdendo força. Alguns analistas dizem que os preços das ações subiram além dos fundamentos econômicos e parecem caras quando comparadas aos fracos resultados corporativos. (FONTE: O GLOBO - ECONOMIA)
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O CONFLITO ENTRE ISRAEL E O HAMAS EM GAZA: APÓS FRUSTRADAS TENTAVIVAS DE PACIFICAÇÃO,UMA ANÁLISE DESSE NÓ GÓRDIO.



As Forças de Defesa de Israel iniciaram no último dia 27 de dezembro uma ofensiva contra a faixa de Gaza, território palestino com 1,5 milhão de habitantes dominado pelo grupo radical islâmico Hamas. O objetivo declarado da operação é eliminar a capacidade do Hamas de atacar as cidades israelenses próximas à fronteira.

Os bombardeios começaram oito dias depois do fim de uma trégua de seis meses mediada pelo Egito, que não foi renovada em meio a acusações mútuas de desrespeito aos termos do acordo.

Veja abaixo um guia para entender o conflito:

Por que a trégua entre Israel e o Hamas fracassou?

A trégua foi acertada em junho de 2008, mediada pelo Egito. Nenhum dos lados cumpriu estritamente seus termos. Foguetes continuaram a ser lançados de Gaza, de forma bem mais esporádica, e Israel não liberou o fluxo de mercadorias para a região, sob bloqueio econômico e físico israelense desde meados de 2007.

A tensão recrudesceu depois de 4 de novembro, dia da eleição nos Estados Unidos, quando Israel bombardeou túnel em Gaza que supostamente seria usado pelo Hamas para sequestrar soldados, matando seis militantes do grupo.

A partir de 19 de dezembro, quando terminou o acordo de trégua, o Hamas redobrou o lançamento de foguetes contra o sul de Israel.

Qual é a situação de Gaza?

O território, sob controle egício entre 1948 e 1967, foi ocupado por Israel há 41 anos. A maioria dos 1,5 milhão de habitantes do território vem de famílias de refugiados do que é hoje o Estado de Israel.

Os refugiados foram expulsos durante a primeira guerra árabe-israelense, depois que os árabes rejeitaram a partilha da Palestina, determinada em 1947 pela ONU. Pela partilha, o Estado de Israel ficaria com cerca de 55% do território, e a maioria árabe da região, com o restante. Com a guerra de 1948, Israel passou a ocupar 75% da Palestina. Antes da partilha, a Palestina esteve sob mandato do Reino Unido, que passou ao controle da região após o fim do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial.

Em 2005, Israel retirou seus colonos e tropas de Gaza, mas manteve o controle das fronteiras terrestres e marítimas. Em 2007, depois que o grupo islâmico Hamas expulsou de Gaza os rivais do partido secular Fatah, Israel e Egito impuseram um bloqueio econômico à região.

Por que o Hamas controla Gaza?

O grupo islâmico, contrário aos acordos entre Israel e as lideranças do partido secular palestino Fatah, venceu as eleições legislativas de 2006 em Gaza e na Cisjordânia.

A Cisjordânia está sob ocupação israelense desde 1967, com autonomia limitada exercida pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), criada após os Acordos de Oslo com Israel, em 1993.

A eleição de 2006 dividiu a liderança palestina. O Hamas assumiu a chefia do gabinete, mas a Presidência da ANP continuou nas mãos de Mahmoud Abbas, do Fatah, cujo mandato terminou na sexta-feira, dia 9 de janeiro.

O gabinete dirigido pelo Hamas foi boicotado por Israel e as potências ocidentais. Abbas se recusou a ceder ao Hamas o comando das forças de segurança. A crise política resultou em conflito armado que levou à expulsão do Fatah de Gaza. Diálogo para um governo de união nacional, mediado por Qatar, fracassou sob pressão dos EUA.

Atualmente, há 11 mil palestinos presos em Israel, boa parte originária do Hamas, entre eles parlamentares eleitos em 2006 e que, em tese, mantêm o mandato. Não foram convocadas novas eleições palestinas, mas a Autoridade Nacional Palestina nomeou um novo gabinete para substituir o formado pelo Hamas, que na prática tem voz apenas na Cisjordânia.

Por que Israel decidiu atacar neste momento?

Há várias explicações. Oficialmente, o país visa enfraquecer a capacidade militar do Hamas. Mas há líderes israelenses que pregam a destruição do grupo ou a derrubada do seu governo em Gaza --o que pode ser o objetivo da invasão iniciada no dia 3 de janeiro. Analistas apontam pelo menos mais três razões para o ataque:

1) A proximidade das eleições gerais de 10 de fevereiro em Israel, na qual a atual coalizão de governo, de centro-direita, vinha sendo ameaçada pela ascensão da extrema direita, que defendia uma ofensiva dura contra o Hamas.

2) A decisão do país de restabelecer seu poder de dissuasão, ameaçado pelo fracasso da guerra de 2006 contra o grupo xiita libanês Hizbollah. Tanto o Hizbollah quanto o Hamas, em menor grau, têm apoio do Irã, que Israel vê como seu principal inimigo.

3) A proximidade da posse de Obama nos EUA. Obama vinha sendo instado a pressionar Israel a um acordo para a criação do Estado palestino em Gaza e na Cisjordânia, objetivo de negociações que se arrastam há 15 anos. Ao atacar o Hamas, Israel pretenderia continuar a impor seu ritmo às negociações. Teria o objetivo também de radicalizar a posição do Irã, esvaziando, por antecipação, as negociações entre Obama e Teerã sobre o programa nuclear iraniano.

O que quer o Hamas?

O Hamas, inspirado na Irmandade Muçulmana egípcia, é misto de milícia, partido e instituição de caridade. A carta fundadora do grupo prega a destruição de Israel e o estabelecimento de um Estado islâmico na Palestina histórica. A criação do grupo foi estimulada nos anos 80 em Israel, que via nele uma forma de minar a liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), dominada pelo Fatah do falecido líder nacionalista Iasser Arafat. Nos anos 90 e início desta década, o Hamas promoveu dezenas de atentados terroristas em Israel.

Desde que aderiram à política formal, nas eleições palestinas de 2006, os dirigentes do Hamas têm sido dúbios. Uma oferta de "trégua prolongada" em 2007 foi vista como reconhecimento implícito de Israel. Há dúvidas sobre se, ao pressionar pela renegociação em termos mais favoráveis da trégua, o grupo esperava retaliação maciça.

Qual é a perspectiva agora?

Israel ignorou resolução de cessar-fogo aprovada na quinta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU. A abstenção dos EUA, maior aliado e fornecedor de armas para Israel, enfraqueceu a resolução _apesar de ela ser mandatória.

Porta-vozes do Hamas também rejeitaram a proposta, afirmando não ter sido consultados. O Egito negocia uma proposta de cessar-fogo permanente, mas será difícil atender às exigências dos dois lados. Israel quer uma força internacional na fronteira entre Gaza e o Egito para impedir que o Hamas se rearme. O Hamas quer a reabertura das fronteiras entre Gaza, Israel e o Egito.

Qual a posição dos países árabes no conflito?

Os governos árabes têm posição dúbia. Eles apoiam o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, contra o Hamas, temendo a influência do grupo sobre radicais em seus países. Mas sofrem pressão popular para reagir a Israel. A situação do Egito é especialmente difícil, pois o país também teme que o governo israelense jogue o problema da faixa de Gaza sobre ele, voltando à situação anterior a 1967.

Dos países árabes, apenas Jordânia e o Egito têm relações diplomáticas com o Israel. Ambos, assim como a Arábia Saudita, temem o fortalecimento do Irã (que é muçulmano, mas não árabe) no Oriente Médio.

Em 2002, a Liga Árabe lançou uma Iniciativa de Paz propondo o reconhecimento de Israel em troca da retirada israelense de todos os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, incluindo Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental (árabe) e as colinas de Golã, que pertencem à Síria. Israel não deu resposta afirmativa à proposta, vista por muitos especialistas israelenses como uma oportunidade de iniciar negociações para a normalização das relações do país com os vizinhos.

O Irã (que não é árabe, mas persa e de maioria xiita) tem vínculos com o Hamas, um grupo sunita, mas analistas apontam que eles são mais frágeis do que os laços iranianos com os xiitas do grupo libanês Hizbollah.

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No Oriente Médio, instabilidade política pode significar estabilidade econômica

A economia e a política nem sempre andam juntas. Basta ver o Oriente Médio. Países sinônimos de conflito, como Israel e Líbano, estão bem. Outros, que jamais se envolveram em grandes guerras, como os Emirados Árabes, não conseguiram evitar reflexos da crise econômica internacional.

Os libaneses escaparam pela tradição conservadora do seu sistema bancário. Jamais concederiam empréstimos como bancos de outras partes do mundo. As remessas do exterior, apesar de uma pequena redução, continuam elevadas. Como disseram a mim dois professores da Lebanese American University, “há pessoas trabalhando pelo Líbano em quase todas as atividades profissionais em várias partes do mundo”. São os libaneses da diáspora. Claro, alguns que trabalhavam em Dubai e outras metrópoles do golfo perderam o emprego. Mas a queda não foi suficiente para afetar a impressionante estabilidade da Lira Libanesa. Israel vence também por seu bem organizado sistema financeiro e uma avançada economia, especialmente na área de tecnologia.

Já Dubai viu uma quebra no seu setor imobiliário, com paralisação de obras, e foi salva apenas porque o irmão mais sério e conservador Abu Dhabi entrou em ação. Abu Dhabi que investe bem o seu dinheiro em um fundo soberano, apesar das perdas registradas neste ano. Economistas do Oriente Médio afirmam que o pior, na atual crise, não foi a queda nos preços do petróleo. Se fosse, lembram, Abu Dhabi seria mais afetada do que Dubai, que hoje possui uma economia mais diversificada.

E a Justiça...

Agora, mudando de assunto, Israel dá mostras de que tem leis e as impõe, custe o que custar, e as aplica a quem quer que seja, independentemente da religião. É o que vemos agora durante o levante de judeus ultra-ortodoxos contrário à detenção de uma mulher acusada tratar mal o filho de três anos.

No Egito, recentemente, vimos a prisão de um milionário que ordenou o assassinato de sua amante libanesa. Caso raro e não dá para saber se o regime de Hosni Mubarak aplicará a mesma justiça para todos.

Falando nisso, me recordei que, no Líbano, guardas, muitas vezes, não param carros caros. Eles têm medo que os proprietários sejam pessoas importantes e isso custe os seus empregos. Como algumas partes do Brasil até hoje

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Pesadelo sem fim?

Todos os dias, diversos noticiários publicam a insana guerra entre Israel e Palestina, e nem questionamos se isso um dia terá fim.
Os conflitos tomam proporções cada vez maiores, e a cada ataque surge um novo contra-ataque, afinal, a cultura ainda arraigada no Oriente Médio é a aplicação da Lei de Talião - "Olho por olho dente por dente" e assim ataques suicidas se "justificam" como respostas precisas aos assassinatos provocados pelo exercito de Israel.
O excesso de ódio e sentimento de vingança simplesmente sufoca a razão, e impossibilitam qualquer forma de entendimento entre representantes de cada governo, conferindo, ao conflito, dimensões que ultrapassam a disputa pelo território da antiga "terra prometida", que seria a real causa de todos os desentendimentos (ao menos em tese).
Na realidade existem interesses que vão além da questão religiosa e política sobre essa região, pois não podemos esquecer que sob aquela terra, massacrada pela guerra, corre um rio de riqueza, o ouro negro (petróleo) e que facilmente torna seu solo desértico tão interessante aos olhos dos governantes e também das grandes Nações.
Ao passo que tentamos entender a real essência desse conflito, milhares de inocentes morrem. Pais, filhos, famílias inteiras, deixam apenas planos inacabados e, sobretudo, a esperança de paz e igualdade entre povos.
Mas, se existe algum caminho para restabelecer a paz e a segurança na região, este só pode ser o trilhado pelo diálogo, que deve ser implementado através da diplomacia - A única capaz de interferir para chegar ao fim de um conflito que dura décadas
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Os Direitos Civil e Penal Islâmicos

O Direito Islâmico, bem como o Direito Hebraico e o Direito Canônico, é considerado como um dos maiores ramos de Direito Religioso.
Suas fontes são:
• O Alcorão ou Corão, que é o livro sagrado para qualquer seguidor de Alá. É a fonte principal de onde todas as demais irão derivar. Porém, as naturezas jurídicas que contém são insuficientes para regular as relações entre os muçulmanos.
• Sunna é o conjunto das hádith, que são as tradições referentes aos atos e propósitos de Maomé, contados por vários intermediários.
• Idjmâ é constituído pelo acordo unânime dos doutores, assim, nem o Corão nem as Sunnas podiam dar respostas a todas as situações. Dessa forma, criou-se o Dogma da infalibilidade dos muçulmanos. Quando se exprime um sentimento unânime, assim temos: “a minha comunidade – diz um hádith – nunca se conciliará com um erro” e “o que os muçulmanos considerarem justo, é justo para Deus” – outro hádith. São os jurisconsultos que irão dizer o que é certo.
• Os costumes seriam a quarta e última fonte.

Direito Civil Islâmico

A base do Direito Civil islâmico está centrada na família. É permitido a poligamia, podendo o homem casar com até quatros esposas, desde que os seus recursos econômicos sejam suficientes para mantê-las. Prevê ainda que todas as esposas devem ser tratadas de forma eqüitativa, embora reconheçam que não é fácil. Uma esposa não pode ser negligenciada.
Está expressamente vedado o casamento com não mulçumanos, sendo permitido somente se houver a conversão. É também proibido o casamento entre os ascendentes e os descendentes bem como entre os irmãos e os afins em linha reta.
Existe ma previsão do divórcio, porém não é considerado como que deve ser feito.
O Direito Civil islâmico condena a prática da usura. Entende-se que a conquista da prosperidade não pode estar relacionada com os ganhos abusivos advindos da agiotagem.
Na sucessão, tanto os filhos homens quantos a filas mulheres herdam, apesar de não existir uma igualdade entre as partes das heranças. A quota da mulher parece corresponder a metade da cota destinada aos filhos homens.

Direito Penal Islâmico

No Direito Penal Islâmico, podemos verificar, a princípio,a existência de quatro penas previstas. São elas: pena de Talião, a flagelação, a amputação e as penas pecuniárias. Porém, Mario Curtis Giordanio acrescenta ainda a prisão, o banimento, a lapidação, a decapitação e o enforcamento.
Não existe distinção entre furto e roubo, sendo considerados sinônimos, e a punição prevista é amputação da mão do infrator. É importante ressaltar que, diante de furto de alimentos, por se tratar da necessidade de sobrevivência, entende-se que não se deve punir, já que estariam agindo conforme Alá, que determina preservação da vida.
O adultério ao mesmo tempo que é considerado um crime é também considerado um pecado. Esse crime é previsto tanto para a mulher quanto para o homem.
Fonte: Revista Prática Jurídica
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Entenda a Guerra no Oriente Médio



Quase todos os dias chegam até nós várias notícias sobre a guerra no Oriente Médio, e há muito tempo o mundo acompanha esse conflito cercado de revolta, radicalismo e tensão. É uma questão muito complexa e mesmo quem não conhece a história já imagina que não é um problema fácil de ser resolvido. Para entender um pouco melhor este confronto que chama a atenção do mundo todo e ocupa os nossos noticiários, colocamos à disposição esta matéria exibida no Jornal Nacional da Rede Globo, que resume alguns dos acontecimentos mais importantes nesta região nas últimas 6 décadas.

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Seminário no Rio de Janeiro discute impasse da questão israelo-palestina

Pablo Pires Fernandes - Estado de Minas (02 de agosto de 2009)




Participação do Ministro Celso Amorim no "Seminário Internacional de Mídia sobre o Processo de Paz no Oriente Médio". Palácio do Itamaraty, 27 de julho de 2009.


Israelenses e palestinos querem a paz. Apesar de alguns interesses escusos, é um consenso em ambos os lados desse conflito que já dura décadas sem solução. Os meios para alcançá-la, no entanto, são controversos e impõem questões que há décadas pairam sobre os dois povos. Mesmo dentro da sociedade israelense ou palestina, as propostas para um avanço nas negociações de paz tropeçam em problemas e divergências tão arraigadas que deixam desconfiados até os mais otimistas. As dificuldades de abordar o conflito ficaram explícitas no Seminário Internacional de Mídia sobre o Processo de Paz no Oriente Médio, patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que ocupou o Palácio do Itamaraty por dois dias no início da semana passada.

Embaixadores, autoridades, jornalistas e representantes da sociedade civil de vários países se debruçaram sobre a questão para debater temas referentes ao conflito que mobiliza opiniões, muitas vezes, apaixonadas, em todo o mundo. A discussão sobre o papel da mídia, foco do evento, já deixou clara a dificuldade de se avançar sobre o problema. Jornalistas palestinos e israelenses fazendo acusações mútuas de parcialidade na cobertura dos fatos e das questões políticas, as censuras internas – de Israel, do Hamas, da Autoridade Nacional Palestina (ANP) – só evidenciam que outros consensos são árduos de se obter e descreditam as tentativas de diálogo.

Mas, além das críticas, algumas ásperas, houve uma relativa concordância da importância da mídia no processo e da necessidade de buscar formas de se evitar estereótipos, demonizações do lado oposto, de usar terminologia adequada ao se referir aos fatos. Um exemplo é a forma com a qual israelenses e palestinos se referem à ofensiva de Israel contra o movimento radical Hamas, em janeiro, na Faixa de Gaza. De um lado, guerra e massacre, de outro, operação militar. Também foi ressaltada a falta de espaço dada às muitas histórias de parceria, solidariedade e coexistência pacífica. Não há solução fácil, mas todos apostam e pedem uma mudança de atitude.

CONTRIBUIÇÃO


O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirma que o Brasil pode ser um bom interlocutor para as negociações de paz, já que o país tem boas relações com os dois lados. Ele lista as razões pelas quais a diplomacia brasileira não só pode contribuir, como tem importância estratégica para o país. Para Garcia, a persistência do impasse não só penaliza as populações envolvidas, mas alimenta outros focos de conflito. Embora não tenha citado, é comum ao discurso de extremistas islâmicos atribuir suas ações à “injustiça” ou à “opressão” do povo palestino.

Garcia também defende que a perpetuação do problema no Oriente Médio fortalece mecanismos antidemocráticos e que uma resolução pacífica desse conflito, por outro lado, impulsionaria as ideias de paz e democracia. Um acordo definitivo na questão, de acordo com o assessor, pode contribuir para o florescimento livre das ideias das culturas árabe e judaica.

Embora posturas radicais em Israel e na Palestina ainda tenham força, sobretudo entre os fundamentalistas religiosos muçulmanos e judeus, a maioria da população dos dois lados está convencida de que a solução de dois Estados é necessária para se alcançar a paz. Os pontos de discórdia que travam o processo são bem conhecidos: os assentamentos judaicos na Cisjordânia; o direito ao retorno dos refugiados palestinos expulsos em 1948, ano de fundação do Estado de Israel; a partilha de Jerusalém, dividida em duas, mas ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967; reconhecimento mútuo de soberania e direito de existir; limites das fronteiras entre os dois Estados.

Apesar de todos esses pontos serem fundamentais para a resolução do impasse, atualmente, a questão dos assentamentos é a que está em maior evidência. Boa parte dessa exposição se deve à postura da administração de Barack Obama de exigir o congelamento das colônias judaicas nos territórios ocupados que são, segundo resoluções da ONU, de direito dos palestinos. O governo israelense, eleito em fevereiro, se apoia em uma coalizão de partidos de direita ou extrema direita, com integrantes que apresentam postura bastante aversa à qualquer cessão à causa palestina, a que se referem como concessões.

DILEMA

O atual primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vive um sério dilema entre a pressão dos Estados Unidos, maior e fundamental aliado de Israel, e as promessas de campanha, baseadas em posturas radicais de expansão das colônias e de negociar com os palestinos depois de uma evolução econômica nos territórios ocupados, dependentes de ajuda externa.

“O novo governo está manobrando entre duas pressões opostas, mas vai ter que lidar com a questão dos assentamentos”, declara Nahum Barnea, colunista político do jornal israelense Yediot Ahenorot. Para ele, a pressão norte-americana deve falar mais alto. “Houve momentos na história em que tivemos diferenças reais com a administração americana, mas, toda vez que isso ocorreu, Israel não conseguiu abrir mão dos EUA como aliado.”

Danny Nishlis, diretor da Rádio Haifa, considera as colônias o maior obstáculo para a paz e também acredita ser imprescindível seu desmantelamento para que haja avanços no processo de paz. “O governo, finalmente, não pode se postar diante de Barack Obama, que pode dizer que apoia Israel, com dinheiro, equipamento. Sem o apoio norte-americano, talvez Israel não existisse.” Ele diz que pode levar alguns anos, mas Israel vai ter que fazer o que os EUA demandam, “incluindo congelar e remover os assentamentos”. Nishlis acredita ser possível o desmantelamento, como ocorreu na Faixa de Gaza, em 2005 e diz que esse fato vai dar confiança aos palestinos para um maior engajamento nas negociações.

Um dos maiores críticos à política de assentamentos de Israel, o colunista do jornal israelense Haaretz Gideon Levy faz uma metáfora sobre a necessidade de se chegar a uma solução: “O Brasil é o país do futebol e não sou especialista em futebol, mas sei que, depois de 90 minutos de jogo, os árbitros dão alguns minutos a mais. Acho que estamos nesses acréscimos para a solução dos dois Estados. Os 90 minutos acabaram e a chance de evacuar 300 mil colonos é quase impossível e, sem isso, não há solução possível. Estamos nos últimos momentos da solução de dois Estados. Se iso não ocorrer, os assentamentos vão ficar lá e Israel vai se tornar para sempre um Estado de apartheid, um Estado para dois povos, que não vai ser um Estado justo. Não é tempo para pequenos passos, mas para grandes passos.”
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