Iraque: forças de segurança são questionadas após atentados de domingo


BAGDÁ, Iraque, 26 Out 2009 (AFP) - O governador de Bagdá acusou as forças de segurança da cidade de negligência, nesta segunda-feira, um dia depois dos violentos atentados de domingo, chegando a insinuar que pudesse haver uma cumplicidade entre seus membros com os terroristas.
"Foi uma falha humana. Uma câmera instalada no prédio do Ministério da Justiça (alvo do ataque) filmou o atentado suicida. Era um caminhão Renault branco do aqueduto de Fallujah. Como chegou até aqui, passando por todas barreiras?", indagou Salah Abdel Razak, governador da capital iraquiana.
"Os caminhões não são autorizados a entrar na cidade durante o dia, e menos ainda aqui (na zona verde). Foi negligência (dos serviços de segurança), ou talvez o motorista contava com cúmplices. A investigação vai esclarecer isto", destacou Razak, que visitava o local dos ataques nesta segunda.
A cidade sunita de Fallujah, situada 60 quilômetros a oeste de Bagdá, foi durante muito tempo o bastião da insurreição, principalmente de militantes da rede Al-Qaeda.
O segundo atentado, que atingiu o prédio do governo de Bagdá, foi cometido com um ônibus Kia que explodiu. "Pelo menos 12 funcionários morreram, sobretudo guardas", lamentou o governador.
O duplo atentado de domingo causou 99 mortes e mais de 500 feridos. É o pior massacre perpetrado no Iraque nos últimos dois anos. Em 14 de agosto de 2007, quatro atentados contra uma seita religiosa curda mataram 400 pessoas na província de Nínive (norte).
O governador afirmou que "desde a noite de domingo, as medidas de segurança foram revistas, e vamos reforçá-las. Vamos instalar radares móveis e 300 dispositivos de detecção de explosivos. Também vamos ter que fechar algumas vias que levam aos ministérios em Salhiya", no centro de Bagdá.
O mesmo bairro foi palco de um atentado contra o Ministério das Relações Exteriores no dia 19 de agosto.
O general Mohammad al Askari, porta-voz do Ministério da Defesa, informou à AFP sobre a detenção de "várias pessoas envolvidas nos atentados".
"As informações que possuímos confirmam o envolvimento da Al-Qaeda e dos baathistas (simpatizantes do extinto partido de Saddam Hussein) nos ataques de domingo", explicou.
"Revistamos duas casas em dois bairros de Bagdá, e encontramos os produtos químicos usados nos atentados. Vinham de um país vizinho", acrescentou, sem indicar a procedência exata e explicando que o mesmo material foi utilizado no ataque de 19 de agosto.
Nesta segunda-feira, os agentes da Defesa Civil trabalhavam na busca por mais vítimas nos escombros dos prédios atacados.
"Algumas famílias nos dizem não saber o que aconteceu com seus parentes. Nosso dever é encontrá-los", declarou o general Walid Hamis, chefe da Defesa Civil de Bagdá.
"Encontramos mais dois corpos esta manhã. E infelizmente acho que vamos encontrar outras vítimas. Os terroristas escolheram o domingo, pois há muita afluência de pessoas neste dia. Iraquianos de todo o país vêm buscar documentos", explicou à AFP o coronel Khalil Ibrahim, coordenador da segurança no Ministério da Justiça.
No posto de segurança do primeiro andar do prédio, há uma mamadeira manchada de sangue, brinquedos destruídos e camas quebradas.
"Recebemos aqui bebês de até três anos de idade. Tínhamos 16 crianças (na hora do atentado). Seis morreram e dez ficaram feridas. Não sei se ainda estão vivos", relatou o coronel Ibrahim.
O presidente Jalal Talabani (curdo), o primeiro-ministro Nuri al Maliki (xiita) e o presidente do Parlamento Iyad al Samarrai (sunita) devem se reunir nas próximas horas para tomar uma decisão final sobre as emendas à lei eleitoral para enviá-las ao Parlamento, segundo um comunicado da presidência.


Fonte: G1- Portal de Notícias da Globo.

Postado por:Leandro Fróis e Ricardo Amazonas.
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PALESTINOS DIZEM QUE NEGOCIAÇÕES DE PAZ NÃO SERÃO RETOMADAS LOGO

Palestinos dizem que negociações de paz não serão retomadas logo
segunda-feira, 26 de outubro de 2009 11:01 BRST


Por Mohammed Assadi
RAMALLAH, Cisjordânia (Reuters) - As negociações de paz entre palestinos e israelenses não devem ser retomadas no futuro próximo, disse o negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, na segunda-feira, culpando Israel pelo impasse e instando Washington a fazer o mesmo.
"A lacuna ainda é grande demais e Israel não dá um único sinal de que vai cumprir suas obrigações sob o mapa do caminho, suspendendo as atividades de assentamentos e retomando as negociações onde pararam", disse ele à rádio Voz da Palestina.
"Eu não vejo qualquer possibilidade de retomar as negociações de paz no futuro próximo", acrescentou, em uma avaliação repetida por autoridades do governo israelense.
O "mapa do caminho", um plano de paz proposto pelos EUA em 2003 que esboça um caminho para a criação de um Estado palestino, manda Israel suspender a atividade de assentamentos na Cisjordânia ocupada.
"Se o governo do presidente (Barack) Obama não consegue fazer Israel cumprir suas obrigações, ele deve anunciar que Israel é a parte que está obstruindo as negociações de paz", disse Erekat.
Resistindo à pressão norte-americana, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, descartou uma suspensão completa da construção em assentamentos, dizendo que a necessidade de crescimento das famílias dos colonos deve ser acomodada.
Israel também acusa os palestinos de descumprir suas obrigações segundo o mapa da estrada, que são reduzir a violência e o incitamento contra Israel, principalmente pelos islâmicos do Hamas que controlam a Faixa de Gaza.
Autoridades do governo israelense, falando sob condição de anonimato, disseram que as negociações com os palestinos não devem acontecer nos próximos meses.
Eles expressaram dúvidas de que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, possa mostrar flexibilidade com Israel antes das eleições palestinas marcadas para janeiro, às quais o Hamas se opõe. Netanyahu pediu a Abbas que retome as negociações imediatamente, sem precondições.
(Reportagem adicional de Ali Sawafta em Ramallah)
© Thomson Reuters 2009 All rights reserved.

Postado por Izza Matos e Luiz Leite
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Guerra, 1400 mortos, relatório da ONU, e, como resultado, mais túneis em Gaza


O resultado dos bombardeios e do cerco de Israel – com a colaboração do Egito – à Faixa de Gaza, segundo reportagem do The New York Times, foi o lucro milionário de contrabandistas do território, que levam todos os tipos de produto, de coca-cola a motocicletas, por meio de túneis também usados para traficar armas. Isso, dez meses depois da ofensiva contra o Hamas, que deixou 1.400 palestinos mortos (e 13 israelenses, sendo a maioria por fogo amigo) e levou a um relatório da ONU acusando os israelenses e o grupo palestino de cometerem crimes de guerra – Israel e outros países, como os EUA e a Inglaterra, afirmam que as Nações Unidas foram tendenciosas e que os israelenses tentaram ao máximo evitar a morte de civis.

“Antes da guerra em Gaza, o número de túneis ainda eram contados às centenas. Hoje, há 1.500 nas oito milhas (13 km) na fronteira [com o Egito], empregando cerca de 30 mil palestinos de todo o território”, escreve a correspondente do New York Times em Gaza, Taghreed El-Khodary. A repórter acrescenta que “os donos dos túneis – os novos ricos de Gaza – dizem que conseguem um rendimento de cerca de US$ 1 milhão por túnel”. Um túnel, diz a matéria, custa US$ 300 mil para ser construído.

A Faixa de Gaza era parte da Palestina Histórica. Na partilha da ONU, em 1947, integraria o Estado árabe. Mas, na Guerra de 1948, acabou nas mãos dos egípcios. Apesar de inimigo de Israel na época, o Egito não permitiu que os palestinos construíssem seu próprio país na área. Em 1967, Israel ocupou Gaza, assim como o Sinai, também do Egito, que acabou devolvido mediante acordo de paz anos depois.

Os israelenses ergueram assentamentos judaicos na Faixa de Gaza, onde chegaram a viver 8 mil colonos. Nesta época, palestinos de Gaza circulavam por Israel, onde muitos trabalhavam. Com a Primeira Intifada, começaram as restrições. A Autoridade Palestina, nos anos 1990, assumiu o controle do território nas negociações de Oslo.

Em 2005, Ariel Sharon, então premiê de Israel, ordenou a retirada dos assentamentos, mas manteve o controle aéreo e marítimo. Tempos depois, em 2006, o Hamas venceu as eleições palestinas, mas sua vitória não foi reconhecida internacionalmente, apesar de não ter havido fraude, pois o grupo é considerado terrorista pelos EUA e outros países. Em meio a um conflito interno, a organização derrubou o Fatah do poder e assumiu o controle do território.

Israel reagiu e implementou um cerco, fechando a sua fronteira terrestre, a não ser para a passagem de ajuda humanitária. O Egito fez o mesmo. O Hamas intensificou o lançamento de foguetes caseiros contra cidades israelenses na fronteira, como Ashakelon e Sderot. Depois de negociações, os dois lados chegaram a um cessar-fogo em meados de 2008.

Em novembro, Israel matou militantes do Hamas. O grupo considerou uma violação da trégua. Os israelenses argumentam que os militantes se preparavam para um ataque. A organização voltou a lançar foguetes. Israel deu um ultimato, não aceito, e começou a guerra. Um dos objetivos israelenses era eliminar os túneis. Não adiantou. Eles se multiplicaram. O cerco continua.
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ONU vê violações a direitos de palestinos, coreanos e birmaneses

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - As violações aos direitos humanos em Mianmar são alarmantes, os norte-coreanos estão passando fome e vivendo sob constante medo, e os palestinos sofrem em meio às tensões do Oriente Médio, disseram relatores especiais da ONU na quinta-feira.

Os especialistas apontados pelo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, em Genebra, descreveram as condições dos habitantes em cada país numa reunião com os 192 Estados membros.

O relator para Mianmar, Tomas Ojea Quintana, pôde visitar duas vezes o país asiático governado por militares, enquanto o regime comunista norte-coreano proibiu o acesso do enviado Vitit Muntarbhonr, e Richard Falk foi impedido por Israel de entrar nos territórios palestinos.

"A situação dos direitos humanos em Mianmar continua alarmante. Há um padrão de violações disseminadas e sistemáticas, que em muitas áreas de conflito resultam em sérios abusos à integridade e aos direitos civis", disse Quintana. "A impunidade prevalecente permite a continuação das violações".

Ele também criticou a junta militar por manter a líder oposicionista Aung San Suu Kyi sob prisão domiciliar. Autoridades ocidentais temem que ela continue detida até a eleição presidencial do ano que vem, de modo que não possa concorrer.

Um representante de Mianmar, identificado por funcionários da ONU como Thaung Tun, descreveu o relatório de Quintana como menos do que objetivo, dizendo que grupos insurgentes e antigoverno encontraram um "ouvido solidário", e que todas as acusações feitas "deveriam ser tomadas com um grão de sal" (ou seja, com desconfiança).

Ele prometeu que as eleições planejadas para 2010 serão "livres e justas".

Durante a reunião, Mianmar também repreendeu os Estados Unidos e a Grã-Bretanha por se referirem ao país por seu antigo nome, Birmânia, enquanto a Coreia do Norte se queixou do fato de os EUA não chamarem o país pela sigla RDPC (de República Democrática Popular da Coreia).

"REPRESSÃO DISSEMINADA"

Sobre a Coreia do Norte, Muntabhorn disse que a situação da ajuda alimentar ao país asiático é desesperadora, pois o Programa Mundial de Alimentos da ONU só consegue alimentar cerca de um terço dos necessitados. Ele disse que a tortura é amplamente praticada, e descreveu as prisões como um purgatório.

"As liberdades associadas aos direitos humanos e à democracia, como a liberdade de escolher o próprio governo, a liberdade de reunião, a liberdade de expressão (...), a privacidade e a liberdade de culto são violadas diariamente pela natureza e as práticas do regime no poder", afirmou.

"A repressão disseminada imposta pelas autoridades faz com que as pessoas vivam em constante medo e sejam pressionadas a se delatar mutuamente", afirmou. "O Estado pratica uma vigilância extensiva sobre seus habitantes".

Pak Tok Hun, embaixador-adjunto da Coreia do Norte na ONU, rejeitou o relatório e disse que o país, que também tem atraído condenação internacional por seus testes nucleares e de mísseis, está sendo "apontado devido a propósitos políticos sinistros".

O relatório de Falk sobre os territórios palestinos abordou as preocupações com os direitos humanos relativas a questões como a guerra de dezembro e janeiro entre o grupo islâmico Hamas e Israel na Faixa de Gaza, e também a construção por Israel de uma barreira em torno da Cisjordânia e de novos projetos habitacionais em assentamentos no território ocupado.

Ele afirmou que, por causa do bloqueio israelense à Faixa de Gaza, "necessidades básicas insuficientes estão atingindo a população".

Falk também criticou a "não-cooperação ilegal" de Israel, que o impediu de visitar os territórios palestinos. Israel não se pronunciou sobre o relatório na reunião.
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China cresce 7,7% até setembro e se aproxima de meta anual




Autoridades chinesas anunciaram nesta quinta-feira que a economia do país cresceu 7,7% nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a economia chinesa cresceu 8,9%.

Segundo eles, isso é um sinal de que a China vai conseguir cumprir sua meta econômica este ano de crescer 8%. Para analistas, a meta é necessária para que a China crie empregos suficientes para manter a estabilidade social no país.

O crescimento de 8% mostra que a China está com desempenho melhor que a maioria das potências econômicas.

Estímulo fiscal

Para analistas, há três fatores para explicar os bons resultados chineses. Em primeiro lugar, a China tem um enorme pacote de estímulos fiscais. Boa parte do crescimento é induzida por gastos públicos em projetos de infra-estrutura, como novas estradas e ferrovias. O pacote chinês, anunciado em 2008, é de 4 trilhões de yuans (cerca de US$ 586 bilhões).

O comprometimento do governo também colaborou para manter a confiança geral na economia chinesa. Isso levou os chineses a gastarem mais dinheiro, fazendo crescer a demanda por bens.

O mercado de automóveis chinês tornou-se o maior do mundo este ano, com crescimento de 34% nos primeiros nove meses de 2009.

Por último, o terceiro fator foi que os consumidores fora da China que haviam parado de adquirir produtos do país estão lentamente retomando suas compras.

No entanto, alguns analistas apontam para alguns riscos de a economia chinesa continuar seguindo o mesmo caminho.

"O estímulo fiscal não pode continuar. Eu não vejo o consumo privado crescendo muito, a renda crescendo, a poupança caindo. Então em termos de consumo privado ou crescimento econômico induzido por fatores domésticos, eu fico um pouco preocupado", disse à BBC o economista Li Wei, do banco Standard Chartered Bank, de Xangai.

Para ele, o governo chinês ainda tem recursos para continuar com seus pacotes de estímulo fiscal, mas a política não é sustentável no longo prazo.

Outras fontes mais tradicionais do crescimento chinês – as exportações para os mercados da Europa e Estados Unidos – ainda não retomaram o ritmo de antes da crise.
Por: Chris Hodd da BBC News em Xangai

22 de outubro, 2009 - 09:06 (Brasília) 11:06 GMT
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Piratas somalis capturam navio chinês no Oceano Índico

Piratas somalis foram os responsáveis pelo sequestro de um navio chinês com 25 tripulantes a bordo capturado no Oceano Índico nesta segunda-feira, disse um integrante da quadrilha.

"Nós capturamos um navio chinês que transporta combustível", disse Hassan à Reuters por telefone desde Haradheere, um reduto de piratas ao norte da capital da Somália, Mogadíscio.

"Meus amigos trarão o navio para Haradheere ou Hobyo. Ainda não decidimos, mas está indo em direção a essa área."

Uma força-tarefa da União Europeia contra os piratas disse anteriormente que o navio estava 550 milhas náuticas a nordeste das Ilhas Seicheles e a 700 milhas náuticas da costa leste da Somália.

O porta-voz da força naval em Bruxelas, John Harbour, afirmou que um avião de patrulha marítima da União Europeia localizara o navio.

Harbour acrescentou que "o avião avistou pelo menos quatro piratas no convés e o navio estava rebocando dois botes."

Bandos de piratas somalis têm atrapalhado o tráfego marítimo entre a Europa e Ásia neste ano, apesar da patrulha de navios estrangeiros na região, e recebido milhões de dólares em pagamentos de resgates.

(Reportagem de Abdi Sheikh em Mogadíscio e de David Brunnstrom em Bruxelas)
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Segundo Clinton, a Jordânia sempre concorda com Israel


Segundo Clinton, a Jordânia parecia concordar em tudo com Israel. Nas negociações de Camp David, defendia que os israelenses, e não os palestinos, controlassem o vale do Rio Jordão. E sempre foi assim com os jordanianos, tirando 1967, mas incluindo 1948. Ben Gurion e o rei Abdullah (não o marido da Rania, claro) tinham acordos secretos na Guerra de 1948. Verdade, os dois lados travaram batalhas. Mas muitas das ações eram coordenadas, conforme já demonstrou em seus artigos o historiador israelense Avi Shlaim e também Eugene Rogan.

A Legião Árabe, como era conhecido o Exército da Jordânia, era treinada pelos ingleses, que ainda exerciam enorme influência sobres a monarquia Hashemita. Certamente, não planejavam eliminar os judeus. Pelo contrário, o objetivo da Jordânia era ocupar a Síria, afinal os Hashemitas sempre sonharam em ter seu trono em Damasco. Os sírios sabiam disso e se posicionaram na fronteira com a Jordânia, não com Israel. Os libaneses eram - e são - um Exército de Brancaleone. O Egito tinha divisões internas, com generais tentando demover o rei da ideia de entrar na guerra. Esta era a grande aliança árabe, "o Golias", que Israel diz ter derrotado.

Mas, voltando aos jordanianos, eles tampouco permitiram que os palestinos criassem o seu Estado até 1967. Apesar de concederem cidadania, diferentemente do Líbano, que trata os palestinos como cidadãos de segunda classe, a Jordânia cometeu o massacre conhecido como Setembro Negro. A monarquia também não era boazinha com Israel, afinal impedia os judeus de rezarem no muro das Lamentações – a proibição era da Jordânia, não dos palestinos.

Nos anos 1990, a Jordânia assinou o acordo de paz com Israel. Já há algum tempo, trata bem a sua população palestina. É o lugar do Oriente Médio onde os palestinos mais prosperaram financeiramente, compondo a elite local, conforme relatei aqui em reportagem de abril.

Antes que me esqueça, Clinton ficava chocado com o desconhecimento que o líder egípcio, Hosni Mubarak, tinha de judeus, muçulmanos (oficialmente, sua religião, mas ele é abertamente secular) e do conflito entre israelenses e palestinos.
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Netanyahu promete "longa batalha" contra a ONU




O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que seu país deve se preparar para uma longa batalha contra o relatório que acusa Israel de ter cometido crimes de guerra na Faixa de Gaza. Segundo informações divulgadas pelo jornal israelense Haaretz, Netanyahu assegurou que seu governo tomará medidas legais e diplomáticas contra quem tentar contestar a legitimidade das ações de Israel na incursão em Gaza no início deste ano. Elaborado pelo juiz sul-africano Richard Goldstone, o relatório – que também acusa o movimento palestino Hamas de crimes de guerra - foi endossado na sexta-feira pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Goldstone recomenda no documento que o caso seja levado a um tribunal internacional em Haia, na Holanda, se tanto Israel como o Hamas não investigarem minuciosamente em seis meses o que ocorreu na ofensiva.



O relatório Goldstone acusa Israel de usar "força desproporcional" na Faixa de Gaza A resolução teve o voto a favor de 25 países, enquanto seis foram contra. Israel e os Estados Unidos estão entre os países que foram contra a aprovação oficial do relatório, alegando que esta medida prejudicaria as esperanças de paz para o Oriente Médio.’Castigo coletivo’Segundo o documento, durante as três semanas que duraram as operações, Israel conduziu um “uso da força desproporcional” e impôs um castigo coletivo aos habitantes de Gaza.Grupo palestinos e organizações de direitos humanos afirmam que mais de 1,4 mil cidadãos do território palestino morreram no conflito. A cifra de mortos israelenses durante os 22 dias de conflito é de 13 pessoas.O documento que consta de 574 páginas e baseou-se em 188 entrevistas também assegura que há provas de que os grupos armados palestinos cometeram crimes de guerra e talvez crimes contra a humanidade ao lançar ataques contínuos com foguetes e morteiros contra a população civil israelense.



Fonte: BBC Brasil
Postado por Ricardo e Leandro
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O Brasil estreita relações com a Turquia e busca uma nova rota comercial para a Ásia, o Oriente Médio e a Europa Central


Nada como um século após o outro. Graças aos turcos, os portugueses descobriram o Brasil. A tomada de Constantinopla (atual Istambul) pelos otomanos, em 1453, fechou a rota marítima dos ibéricos para as Índias e os levou ao oceano Atlântico - o resto da história você já conhece.

Hoje, mais de 500 anos depois, os brasileiros é que fazem o caminho inverso e desembarcam na Turquia para buscar oportunidades de negócio e, assim, aproveitar sua privilegiada localização para abrir um novo caminho para a Ásia, a Europa Central e o Oriente Médio.

Desde maio, quando o presidente Lula visitou o país - foi o primeiro governante brasileiro a fazer isso desde dom Pedro II -, três missões comerciais levaram empresários de vários setores à região. Segundo a DINHEIRO apurou, as caravelas da Odebrecht, da Weg, da Embraer e da Bauducco, entre outras, já rumam para o Oriente.

Desta vez, também há uma certa calmaria. Não nos mares, mas na economia mundial, que parou de crescer em 2008 e só deverá sentir os ventos da retomada a partir de 2010. A Turquia, como o Brasil, sofreu os efeitos da crise global oriunda dos Estados Unidos e da Europa, mas não entrou em colapso financeiro como na crise de 2002 e promete sair na frente da recuperação em curso, graças às reformas econômicas dos últimos anos.

Os turcos tentam há anos entrar na União Europeia e veem no Brasil um parceiro estratégico para ajustar-se aos padrões econômicos necessários. Os dois países são membros do G-20, grupo que reúne os desenvolvidos e os emergentes, e buscam aumentar seu espaço na nova ordem econômica mundial. "Estamos todos no mesmo barco", lembrou o primeiro- ministro, Recep Tayyip Erdogan, aos banqueiros que foram a Istambul no início de outubro para a reunião anual conjunta do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Em um jantar no elegante palácio Çiragan, construído pelo sultão Abdulaziz às margens do estreito de Bósforo, Erdogan fez questão de lembrar que nenhum banco turco foi socorrido no ano passado. "Nosso sistema bancário está sólido." O impacto da crise, mesmo assim, foi significativo. A Turquia é notória fornecedora de mão de obra mais barata para a Europa e sofreu com a queda das exportações para o Ocidente.

Depois de crescer a um ritmo de 6% ao ano de 2003 a 2008, quando atingiu US$ 742 bilhões, o PIB do país deve encolher 6% em 2009. Para estimular a economia, o governo turco injetou US$ 10 bilhões em projetos de infraestrutura e isenção fiscal para a compra de produtos industrializados, como automóveis (qualquer semelhança com a reação do governo brasileiro não é mera coincidência).

A expectativa do vice-primeiro-ministro, Ali Babacan (pronuncia-se Babadjan), responsável pela pasta das Finanças, é de crescimento no quarto trimestre e nos anos seguintes: 3,5% em 2010, 4% em 2011 e 5% em 2012. "Estamos retirando os incentivos tributários e vamos manter gradualmente a disciplina fiscal. Não faremos isso de maneira muito rápida para não sufocar o crescimento", afirmou Babacan.

Os negócios entre Brasil e Turquia ainda são relativamente tímidos, mas têm crescido de forma vigorosa. Em 2002, a Turquia exportou US$ 49 milhões para o Brasil, cifra que cresceu 550%, para US$ 318 milhões, em 2008 (veja quadro). As exportações do Brasil saíram de US$ 236 milhões para US$ 1,4 bilhão no mesmo período, em alta de 500%.

O saldo comercial de US$ 1,1 bilhão, a favor do Brasil, tende a diminuir se os dois países conseguirem atrair investimentos mútuos. Na globalização do século XXI, os negócios têm de ser vantajosos tanto para os conquistadores quanto para os conquistados.

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ONU aprova relatório que acusa Israel e Hamas de crimes em Gaza



O Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra, endossou nesta sexta-feira um relatório a respeito da ofensiva israelense na Faixa de Gaza que acusa Israel e militantes palestinos de crimes de guerra.

O relatório, elaborado pelo ex-promotor do tribunal internacional de crimes de guerra, o juiz sul-africano Richard Goldstone, acusa tanto Israel como o grupo palestino Hamas de ter cometido os crimes.

Goldstone recomenda no documento que o caso seja levado a um tribunal internacional em Haia, na Holanda, se tanto Israel como o Hamas não investigarem minuciosamente em seis meses o que ocorreu na ofensiva em Gaza, ocorrida entre dezembro de 2008 e janeiro deste ano.

De acordo com o correspondente da BBC em Jerusalém Tim Franks, como esperado, os palestinos conseguiram uma clara maioria na votação do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

A resolução teve o voto a favor de 25 países, enquanto seis foram contra. Israel e os Estados Unidos estão entre os países que foram contra a aprovação oficial do relatório, alegando que esta medida prejudicaria as esperanças de paz para o Oriente Médio.

A Autoridade Palestina inicialmente apoiou a votação, mas mudou de opinião depois de receber críticas dos próprios palestinos.

Palestinos e grupos de defesa dos direitos humanos alegam que mais de 1,4 mil moradores da Faixa de Gaza foram mortos no conflito que durou 22 dias. Os israelenses, por sua vez, calculam que 1.166 pessoas morreram, junto com 13 israelenses.

'Impunidade'

Antes da votação em Genebra, da qual 11 países se abstiveram entre eles a Grã-Bretanha, importante aliada de Israel, o representante palestino alegou que a questão era de respeito à lei.


O relatório Goldstone acusa Israel de usar 'força desproporcional' na Faixa de Gaza
A Comissária de Direitos Humanos da ONU afirmou que este é o momento para encerrar a "cultura de impunidade" que cerca que a questão.

Por outro lado, de acordo com Tim Franks, o governo de Israel fez uma forte campanha contra o relatório de Goldstone, afirmando que o documento é preconceituoso em relação aos israelenses e retira o direito das nações de se defenderem de terroristas.

O representante americano no Conselho de Direitos Humanos da ONU concorda com Israel e afirmou que a resolução - que também criticou os israelenses por suas recentes ações no leste de Jerusalém - apenas dificulta ainda mais o processo de paz.

Mas os Estados Unidos também pediram que os dois lados lancem investigações independentes.

Segundo Tim Franks, o entusiasmo pelo relatório Goldstone vai aumentar e a ONU de Nova York poderá assumir o caso.

Mas, no curto prazo, de acordo com o correspondente, a resolução também poderá garantir algum alívio político para o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Abbas tem sido alvo de críticas dos palestinos e de integrantes do Hamas, por ter tentando inicialmente atrasar a votação a respeito do relatório Goldstone.


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Ataque suicida deixa ao menos seis mortos e dez feridos no Iraque (Postado por Dimítri / Bruno Lago)

Ao menos seis pessoas morreram, entre elas um líder tribal sunita, e outras dez ficaram feridas em um ataque suicida em um mercado popular da Província de Diyala, ao nordeste da capital iraquiana Bagdá, informaram fontes policiais.

O militante detonou os explosivos que levava junto ao corpo depois de se aproximar do carro no qual viajava o xeque Saad Mashaan al-Tamimi, chefe de um dos Conselhos de Salvação --como ficaram conhecidas as milícias sunitas aliadas ao governo.

Segundo fontes citadas pela agência Efe, o carro em que Al Tamimi viajava parou em frente a uma cafeteria do mercado da localidade de Bohruz, ao sul de Baquba, a 60 km da capital. Nesse momento, aconteceu a explosão, que matou o líder tribal e outras cinco pessoas, entre elas duas crianças. Já entre os dez feridos, há três mulheres.

A agência Reuters, que também cita fontes policiais, diz que o ataque matou Leith Mishaan, chefe local de uma milícia sunita aliada ao governo.

A polícia isolou a região e interrompeu o tráfego após ser informada da localização de uma segunda bomba, já detonada de forma controlada.

A maioria das milícias sunitas foram criadas em 2006, com apoio dos militares dos Estados Unidos, e ajudaram a minimizar a presença da rede terrorista Al Qaeda e outras insurgências. Elas são pagas pelo governo iraquiano.

A violência caiu significativamente no país desde 2003, mas a insurgência retomou os ataques violentos nos últimos meses em regiões marcadas pela violência sectária entre sunitas e xiitas.
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Hamas criticou administração de Barack Obama


O líder no exílio do movimento Hamas, Khaled Mechaal, criticou domingo desde Damasco a administração do presidente norte-americano Barack Obama e afirmou que a resistência à ocupação é "uma escolha estratégica".


A administração Obama adaptou uma linguagem diferente mas as suas acções não são diferentes das da administração precedente" liderada por George W. Bush, afirmou Mechaal durante um discurso.
"A administração Obama não fez nada por nós (...) relativamente à colonização israelita" nos territórios palestinianos, prosseguiu Mechaal.
"A nossa terra, toda a Palestina, está ocupada. Deve ser recuperada (pelos Palestinianos). A ocupação israelita é ilegal e a resistência constitui a nossa escolha estratégica para liberar a nossa terra e recuperar os nossos direitos", afirmou Mechaal, em Damasco.
"Há hoje uma conspiração para liquidar a causa palestiniana", afirmou o chefe do movimento político do Hamas, que lançou violentas críticas contra a Autoridade Nacional Palestiniana, liderada por Mahmoud Abbas.
"A presidência de Abbas perdeu a sua legitimidade", referiu Mechaal.
A Autoridade Palestiniana e o Hamas estão em conflito aberto desde a violenta tomada de posse da Faixa de Gaza pelo movimento islamita em Junho de 2007.


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Violações aos direitos humanos e crimes de guerra por Israel


Israel utilizou ilegalmente fósforo branco durante as ações militares em Gaza.
No dia 8 de janeiro, o jornal britânico The Times denunciou que as Forças de Defesa de Israel estariam utilizando bombas de fósforo branco, de fabricação estadunidense, desde o início da ofensiva militar à Faixa de Gaza. A reportagem afirmou possuir provas de que civis palestinos foram feridos por essas bombas, que provocam graves ferimentos, e também disse ter identificado obuses com fósforo branco em fotos de imprensa mostrando estoques deste armamento pelo Exército de Israel, tiradas no final de 2008 na fronteira entre o Estado judeu e a Faixa de Gaza.[139][140]
O fósforo branco é uma substância amarelada que queima quando exposta ao oxigênio em temperaturas superiores a 30 graus centígrados. O incêndio que causa pode ser difícil de ser apagado e deixa uma espessa fumaça.[141] As partículas incandescentes dessa substância podem causar queimaduras químicas profundas e muito dolorosas. O protocolo III da Convenção sobre armas convencionais, de 1980, proíbe o uso deste agente contra as populações civis, ou contra as forças militares posicionadas no meio das populações civis.[140]
Assim como o jornal The Times, a organização de direitos humanos Human Rights Watch fez a mesma denúncia contra o Exército israelense sobre a utilização de fósforo branco em seus ataques contra Gaza e exigiu a imediata interrupção no uso desta munição.[142][143] O governo da França somou-se a ONG e também pediu para Israel não usar este tipo de armamento nas operações militares.[144][145] Uma delegação da Anistia Internacional encontrou provas que demonstram o uso "indiscriminado" da munição por parte do exército israelense em Gaza.[146]
O Exército de Israel, que já admitiu no passado ter utilizado esta arma contra "alvos militares" durante sua ofensiva no Líbano contra o Hezbollah, em meados de 2006,[147] afirmou inicialmente apenas que suas forças agem "em conformidade com as leis internacionais", contudo, sem especificar o tipo de operação que está conduzindo ou munição que está usando.[148] No entanto, logo após o término da ofensiva, fontes militares israelenses, segundo o jornal local Maariv, admitiram ter usado bombas de fósforo branco -consideradas ilegais pelas leis internacionais de guerra- em confrontos com os militantes do Hamas, na Faixa de Gaza.[149]
Em sessão especial de 12 de janeiro, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução que condena Israel pela ofensiva militar na Faixa de Gaza, exigiu o fim imediato das hostilidades e aprovou o envio de uma missão de investigação independente para avaliar se as Forças de Defesa israelenses estão cometendo crimes de guerra. O texto aprovado condenou a operação israelense "que causou violações maciças dos direitos humanos do povo palestino e a destruição sistemática da infraestrutura".[150][151] Entre outros pontos, o Conselho pediu ao secretário-geral da ONU que investigasse os bombardeios lançados contra escolas gerenciadas pela Agência da ONU para refugiados palestinos, que deixaram dezenas de mortos e agravaram a relação entre a organização e Israel e que todos os relatores especiais da ONU, especialmente aqueles mais relacionados com a situação nos territórios palestinos, buscassem "urgentemente informação sobre os direitos humanos do povo palestino e façam seus relatórios".[150][151]
Segundo a Alta-comissária de Direitos Humanos da ONU e ex-juíza da Corte Penal Internacional, Navi Pillay, as violações do Direito Humanitário Internacional por Israel podem constituir crimes de guerra, "para os quais a responsabilidade penal individual pode ser invocada".[150]
Aumentavam as suspeitas de que Israel estaria utilizando armas ilegais em seus ataques, como bombas de fósforo branco e DIME.[83] O analista militar da Human Rights Watch, Marc Garlasco, confirmou em entrevista à Al Jazeera que as Forças de Defesa de Israel "claramente estão usando fósforo branco, pelas explosões, com tentáculos que descem, e pelas chamas que continuam queimando" e que ativistas do grupo de direitos humanos passaram "por unidades de artilharia israelenses que tinham munição de fósforo branco com os detonadores instalados".[152]
O Comitê dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas acusou Israel de mostrar um "claro desrespeito" pela proteção de crianças em sua operação militar na Faixa de Gaza, afirmando que mais de 40% dos mortos no conflito são mulheres ou crianças, apesar do país ter assinado um protocolo da ONU que condena ataques em locais onde possa haver presença de menores de idade.[153]
Por sua vez, o governo israelense prometeu realizar uma investigação sobre os bombardeios em massa contra zonas habitadas na Faixa de Gaza e afirmou estar reunindo provas - entre fotos aéreas e documentos filmados por soldados em campo equipados com câmaras de vídeo, durante os combates - para demonstrar que seus objetivos eram unicamente militares.[154] Israel também acusou os militantes do Hamas desrespeitam as leis humanitárias internacionais ao lançar indiscriminadamente foguetes e morteiros contra alvos civis no sul do país, que possivelmente podem atingir escolas e residências de israelenses.[155] Desde 2001, quando os foguetes começaram a ser lançados, mais de 8,6 mil atingiram o sul israelense, sendo que cerca de 6 mil deles foram disparados a partir da retirada de Israel da Faixa de Gaza, em agosto de 2005.[71] O Hamas, que é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia, Canadá e Japão, geralmente justifica essas ações contra o Estado judeu como sendo uma forma legítima de resistência, e, no caso particular da Faixa de Gaza, o grupo tem argumentado que o bloqueio israelense ao território palestino justificaria um contra-ataque com todos os meios possíveis.[71][70] Organizações de direitos humanos condenam esta prática do Hamas.

Durante a ofensiva militar, o governo e os militares israelenses acusaram o Hamas de usar civis como "escudos humanos", dizendo que militantes do grupo disparam foguetes contra as cidades israelenses a partir de áreas densamente povoadas e armazena armas em casas e mesquitas.[156][157] Segundo os militares israelenses, o alto número de mortos entre a população civil palestina seria fruto do uso, por parte do Hamas, de crianças e mulheres como "escudos humanos", que acabam sendo vitimados pelos ataques que visariam apenas alvos militares.[158] No entanto, a B’Tselem, uma ONG israelense de defesa dos direitos humanos, afirmou que este argumento de Israel não serviria como justificativa, pois o fato de o Hamas usar civis do seu próprio lado não significa que as forças israelenses teriam o direito de desrespeitar as leis humanitárias internacionais, e reforçou que Israel teria a obrigação de proteger a população em detrimento de ataques, mesmo a alvos militares.[158] A organização de direitos humanos Anistia Internacional acusou tanto os soldados israelenses quanto os combatentes do Hamas de colocarem a vida da população palestina civil em risco. [159] Em 2006, a Suprema Corte de Israel havia determinado que o Exército de Israel parasse de usar civis palestinos como "escudos humanos" em operações, alegando que a prática contraria o direito internacional, e classificou este costume militar israelense como "cruel" e "bárbaro".[160][161]
Em março de 2009, dois meses após o fim da Operação Chumbo Fundido, o jornal israelense Haaretz publicou declarações de soldados israelenses que lutaram durante os 22 dias da ofensiva na Faixa de Gaza, em que admitiam que mataram civis que não representavam ameaça às tropas e destruíram intencionalmente suas propriedades, "simplesmente porque podiam". As confissões dos militares, entre eles pilotos de combate e soldados de infantaria, foram reveladas a partir de relatório do curso preparatório para soldados na Faculdade Oranim. Estes testemunhos contradizem declarações oficiais do Exército de Israel sobre o comportamento moral de suas forças durante a operação e confirmam em parte as acusações de organizações internacionais de direitos humanos que criticaram o excesso de violência israelense.[162][163] Dias depois, outro jornal israelense, o Jerusalem Post, citou uma fonte das Forças de Defesa de Israel, segundo a qual os relatos sobre assassinato deliberado de civis palestinos eram falsos, conforme teria sido apurado durante investigações realizadas pelo Tsahal.[164] O diretor do Programa Preparatório do Exército Yitzhak Rabin, Danny Zamir, confirmou ao jornal israelense que os relatos são autênticos. [165]
Ainda em março de 2009, o Exército israelense voltou a negar que o uso das munições com fósforo branco durante a ofensiva constituísse um crime de guerra, conforme havia afirmado a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.[166]

Ataques a alvos civis
Barco Dignity
Em 29 de dezembro de 2008, um barco fretado pelo movimento Free Gaza saiu do Chipre em direção a Faixa de Gaza, com intuito de romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, levando 3.5 toneladas de ajuda médica para o território palestino. O barco, chamado de Dignity, estavam com 16 pessoas à bordo, incluindo dois jornalistas (um da rede Al Jazeera e outra da CNN) e três cirurgiões.[167][52][53] O Dignity foi forçado a retornar após ser atingido e alvo de tiros da marinha israelense enquanto estava em águas internacionais, cerca de 70 km da costa israelense e a 135 km do destino em Gaza, segundo os tripulantes da embarcação de ajuda humanitária. Ninguém ficou ferido.[167][52][53]
Autoridades israelenses disseram que não houve tiroteio e que o Dignity estava em águas de Israel, sendo que o barco teria se chocado com uma lancha da marinha israelense e teria se recusado a receber ajuda. Sem combustível, suficiente para retornar ao Chipre, o barco foi até o Líbano.[54] Apesar do bloqueio israelense, o Dignity havia feito, desde agosto, cinco viagens a Gaza.[167][52][53][54]

Mesquista Ibrahim al-Maqadna
Em 3 de janeiro de 2009, as forças israelenses atacaram a mesquita em Beit Lahiya. Testemunhas relataram que cerca de 200 palestinos rezavam quando o templo foi atacado. Ao menos 16 civis foram mortos e 60 ficaram feridos. Israel acusou o Hamas de abrigar armas e munições dentro da mesquita.[168][169][170][171]

Abrigo em Zeitoun

No dia 5 de janeiro de 2009, as forças israelenses bombardearam uma casa em Zeitoun, um bairro no sudeste da Cidade de Gaza, onde os próprios soldados de Israel tinham colocado cerca de 110 palestinos no dia anterior. Segundo informações da ONU, os soldados israelenses "evacuaram aproximadamente 110 palestinos (metade destes, crianças) e os levaram para uma única residência em Zeitoun, afirmando que eles deveriam permanecer em casa". "Vinte e quatro horas depois, forças israelenses bombardearam a casa várias vezes, matando aproximadamente 30 pessoas."[172][173][174]
Israel afirmou que as denúncias da ONU eram "inverossímeis" e assegurou que "no momento dos fatos, não tinha tropas ali".[175][176]

Escola Al-Fakhura (ACNUR)


Em 6 de janeiro de 2009, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (ACNUR) acusou a aviação israelense de bombardear uma escola administrada pelas Nações Unidas no campo de refugiados de Jabaliya, que vitimou entre 30 e 46 civis.[177][178]
Após o término das operação militar na Faixa de Gaza, secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, visitou as instalações das Nações Unidas na região e pediu "uma investigação exaustiva" sobre os incidentes contra edifícios das entidade e afirmou que os "responsáveis devem prestar contas à justiça".[179]
Quase um mês depois, em 4 de fevereiro , a UNRWA retificou a informação sobre o ataque. Segundo a entidade, o explosivo que matou ao menos trinta refugiados palestinos caiu a poucos metros do prédio, e não dentro da escola, como havia sido informado anteriormente. A informação teria sido dada (e posteriormente corrigida) por outra agência da ONU, o Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários (Ocha).[180][181][182]

Imprensa e jornalistas

Além de violar a liberdade de imprensa, atacando e impedindo a entrada de correspondentes estrangeiros [183] no território palestino, escritórios e instalações - tanto de veículos domésticos quanto internacionais - têm sido alvo das forças israelenses, em Gaza.[184] No dia 28 de dezembro de 2008, os escritórios da Al-Aqsa TV foram destruídos por aviões da Força Aérea de Israel.[184] Em 9 de janeiro de 2009, foi a vez da aviação israelense bombardear o edifício Jawwara, de oito andares, na Cidade de Gaza, que abrigava escritórios de mais de 20 órgãos de comunicação locais e estrangeiros.[185][186][187][188]

Serviços médicos

Médicos do Crescente Vermelho na Faixa de Gaza reclamaram que os profissionais têm sido deliberadamente alvo das forças israelenses.[189]
Uma clínica para bebês foi atacada por caças israelenses. Equipamentos médicos avaliados em centenas de milhares de dólares foram destruídos. Pacientes e funcionários tiveram 50 minutos para evacuar a área. A clínica oferecia serviços básicos gratuitamente a comunidade. Israel não apresentou justificativas para o ataque.[190]
O médico palestino Muhammad Ramadan, da Cruz Vermelha, acusou tanques israelenses de atacar uma ambulância, embora estivesse marcada com o símbolo da organização, apesar de estar em coordenação com as Forças de Defesa de Israel.[191] A força aérea israelense também bombardeou, no dia 4 de janeiro de 2009, o Centro Médico A-Raeiya e sua clínica móvel. Os estragos foram estimados em 800 mil dólares. O centro atendia centenas de palestinos por dia. Nenhum alerta de bombardeio foi divulgado. O centro - bem conhecido e claramente demarcado como de ajuda médica, está localizado em uma área residencial, distante de prédios do governo.[191]
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 16 membros de equipes médicas foram mortos durante os 22 dias da ofensiva, e outros 25 ficaram feridos. De acordo com relatório da ONG Physicians for Human Rights - Israel (Médicos pelos Direitos Humanos), as forças israelenses atacaram 34 centros médicos em Gaza, incluindo oito hospitais - uma grave violação das leis internacionais de guerra. A organização informa também que os militares não retiraram os feridos e proibiram que as equipes [médicas] palestinas chegassem aos feridos (cerca de 5.000 durante a operação). [192] Membros de equipes de resgate da Cruz Vermelha Palestina foram atacados várias vezes durante a ofensiva. "Um número desconhecido de palestinos morreu por ter sangrado durante dias, sem tratamento médico, à espera de socorro, enquanto as pessoas não ousavam sair de suas casas." [165]

Investigação da ONU sobre violações de direitos humanos
Em 5 de maio de 2009, o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que Israel mentiu sobre os ataques a alvos civis - escolas, clínica médica e a própria sede da ONU - durante a Operação Chumbo Fundido. Segundo Ban, uma investigação provou que armas israelenses - algumas com fósforo branco - foram a "causa indiscutível" da destruição. Um dos ataques teria matado mais de 40 pessoas. O governo de Israel nega que tenha atirado intencionalmente contra as instalações. [193]
Em 1º de junho a comissão da ONU criada para investigar as violações dos direitos humanos, durante a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que deixou cerca de 1.400 palestinos mortos, em sua maioria civis, entrou no território, proveniente do Egito.
A missão estava programada para permanecer em Gaza durante uma semana, pretendendo reunir-se "com todas as partes envolvidas, incluindo ONGs, agências das Nações Unidas, vítimas e testemunhas de violações denunciadas, além de outras pessoas que possam oferecer informação relacionada aos fatos investigados" − precisou a ONU. A equipe foi chefiada pelo sul-africano Richard Goldstone, ex-promotor no Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia e para Ruanda. Da comissão participavam também 14 especialistas legais, entre os quais a professora de Direito Internacional Christine Chinkin, a jurista Hina Jilani e o coronel reformado do exército irlandês Desmond Travers.
O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum, disse que seu movimento cooperaria com a comissão e traria à tona "todas as evidências e provas à disposição, para permitir o bom êxito da missão".
Israel, por sua vez, recusou-se a colaborar com a equipe, por considerar "parcial" a incumbência que lhe fora atribuída em abril, pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU: investigar as violações dos direitos humanos apenas no período de 27 de dezembro a 18 de janeiro - não considerando o período anterior, quando ocorreu o lançamento de foguetes pelas milícias palestinas, e que teria motivado a ofensiva israelense.[194]
Como Israel se negou a cooperar, a missão teve que entrar em Gaza pela fronteira egípcia, segundo informou o chefe da missão, Richard Goldstone - um judeu com estreitos vínculos com o estado de Israel. Em 9 de junho, Goldstone declarou que sua investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos por Israel e pelo Hamas - que incluiu dezenas de entrevistas com vítimas e o exame detalhado dos arquivos de organizações de direitos humanos - dificilmente resultaria na abertura de processos. Em razão da recusa de Israel em cooperar, a missão não teve acesso a fontes militares e às vítimas dos foguetes. Já a segurança do Hamas por muitas vezes acompanhou a missão, durante os cinco dias em que esta ficou em Gaza. Isto, segundo ele, coloca em dúvida a possibilidade das testemunhas descreverem livremente as ações do grupo militante. Mas o principal problema continuam sendo os obstáculos políticos e legais para os julgamentos de crimes de guerra. Segundo Goldstone, não há um tribunal com clara competência para conduzir qualquer processo decorrente dessa investigação, que envolve as três semanas de ofensiva israelense em Gaza. Alex Whiting, professor de direito da Universidade Harvard, disse que Goldstone é "extremamente qualificado", mas esses casos são difíceis de investigar, especialmente quando não se tem acesso aos arquivos militares. Disse também que há poucos mecanismos legais para instaurar processos se os crimes tiverem sido ocultados. [195] [196] [197]
Em seu blog, [198] Goldstone escreveu que o relatório da missão seria divulgado na próxima reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, no início de setembro de 2009.

Relatório da ONU sobre crimes de guerra na Faixa de Gaza
Em 15 de setembro de 2009, em Nova York, o juiz Richard Goldstone apresentou o relatório da comissão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O documento contém 575 páginas e afirma que Israel "cometeu crimes de guerra e, possivelmente, contra a humanidade", mas pondera que o lançamento de foguetes pelos insurgentes palestinos também configura crime de guerra. [99]
Ao apresentar o relatório, Goldstone explicou:
"Baseados em fatos, chegamos à conclusão de haver provas convincentes de que Israel transgrediu gravemente o Direito Internacional durante suas operações militares – desrespeitando tanto o Direito Internacional Humanitário quanto as deliberações sobre os direitos humanos. As forças israelenses de combate cometeram crimes de guerra, bem como possivelmente crimes contra a humanidade".
"Não há dúvidas de que o lançamento de mísseis e granadas se deu com o objetivo de ferir e matar civis, bem como de destruir o maior número possível de instituições civis. Esses são sérios crimes de guerra e possivelmente também crimes contra a humanidade." [199]
O relatório afirma que a operação da Israel foi contra "o povo de Gaza em conjunto" e que "Israel não adotou as precauções requeridas pelo direito internacional para limitar o número de civis mortos ou feridos nem os dados materiais". O documento confirma também que Israel cometeu violações à lei humanitária, ao disparar fósforo branco e usar de artilharia altamente explosiva durante a operação.
Segundo o relatório, os militares israelenses usaram "a força de maneira desproporcional" contra civis palestinos, e que Israel bombardeou armazéns de alimentos, zonas residenciais, fábricas e equipamento de tratamento de água. Segundo a comissão, "essas destruições tinham como objetivo negar a subsistência da população civil."
A missão também cita casos de civis palestinos baleados quando deixavam suas casas em busca de abrigo, frequentemente levando bandeiras brancas e às vezes, agindo sob instrução dos prórprios israelenses. O relatório cita um ataque à localidade de Zeitoun, no sul da Cidade de Gaza, contra um imóvel no qual os próprios israelenses tinham colocado civis palestinos.
"Se levarmos em conta o planejamento que ocorreu e o uso da melhor tecnologia disponível para executar esses planos, além da declaração do Exército israelense de que não existiram erros, a missão conclui que os incidentes e os padrões de conduta analisados no relatório são o resultado de decisões políticas deliberadas".
O Ministério de Relações Exteriores de Israel, em comunicado à missão israelense na ONU, em Genebra, afirma que a comissão da ONU "deu legitimidade à organização terrorista do Hamas e desconsiderou a tática deliberada do Hamas de usar civis palestinos para encobrir ataques terroristas". [200]
O chamado "relatório Goldstone" recomenda que os dois lados envolvidos no conflito conduzam apurações independentes sobre as supostas violações, apresentando suas conclusões ao Conselho de Segurança da ONU no prazo de seis meses; caso isto não seja feito adequadamente, o Tribunal Penal Internacional deve ser consultado. [201]
"Há muito tempo que prevalece na região uma cultura de impunidade", disse Goldstone, ao apresentar o relatório.
Após a publicação do documento, a Autoridade Palestina, presidida por Mahmud Abbas, pediu sanções internacionais contra Israel.

Pressões contra o encaminhamento do relatório
O governo israelense iniciou uma intensa pressão política e diplomática, para evitar o encaminhamento do relatório Goldstone ao Conselho de Segurança da ONU. Em 1° de outubro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exortou a ONU a não submeter o relatório Goldstone à avaliação do Conselho de Segurança. "A adoção do relatório Goldstone representaria um golpe fatal para o processo de paz", declarou Netanyahu.[202]
O governo norte-americano também criticou o relatório e manifestou publicamente o seu apoio a Tel Aviv.
"Temos sérias inquietações sobre muitas das recomendações do relatório, e acreditamos que o lugar apropriado para ser analisado é no Conselho de Direitos Humanos", disse embaixadora americana na ONU, Susan Rice, aludindo à recomendação de que os dois lados envolvidos no conflito conduzam apurações independentes sobre as supostas violações, e apresentem suas conclusões ao Conselho de Segurança da ONU no prazo de seis meses, para que os responsáveis por ações criminosas sejam submetidos a processo judicial. Rice lembrou que o governo dos Estados Unidos já havia considerado a análise do conflito de Gaza "desequilibrada, parcial e inaceitável".[203]
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por sua vez, evitou pronunciar-se quanto à probabilidade de o Conselho de Direitos Humanos – reunido a partir de 29 de setembro em Genebra – seguir a recomendação da Comissão Goldstone, mas disse que apoia o relatório e pediu aos seus assessores "que verifiquem seu conteúdo, no tocante à responsabilidade pelos crimes lá enumerados". [199] Esperava-se que o Conselho de Direitos Humanos, integrado por 47 países, aprovasse a resolução e, em seguida, repassasse o documento para a Assembleia Geral da ONU, para que as providências cabíveis fossem tomadas. Isto poderia resultar em processo contra os oficiais israelenses no Tribunal Penal Internacional em Haia. O Conselho, no entanto, decidiu adiar a decisão até março de 2010, após "intensos esforços diplomáticos" dos Estados Unidos.
Em 2 de outubro, a delegação palestina na ONU também desistiu de encaminhar as acusações contra Israel por crimes de guerra ao Conselho de Direitos Humanos. Os palestinos afirmaram ter retirado as acusações temporariamente, para angariar apoio, retomando o assunto somente em 2010.
O Paquistão pediu que o assunto não fosse esquecido e que a decisão fosse adiada para dar "mais tempo e consideração" para a questão. O enviado do Paquistão na ONU, Zamir Akram, disse a desistência palestina teria sido decorrente da "imensa pressão dos EUA".[204] Da mesma forma, altos funcionários palestinos e norte-americanos em Ramallah e em Washington disseram que a decisão palestina foi tomada após forte pressão dos Estados Unidos e de uma advertência de que seguir com a resolução poderia prejudicar o processo de paz no Oriente Médio. [205]
A diretora da Human Rights Watch para o Oriente Médio, Sarah Leah Whitson, declarou que a falta de apoio ao relatório Goldstone, por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, contém uma mensagem terrível: a de que violações das leis de guerra por estados aliados seria tolerada. Ainda segundo Whitson, a rejeição do relatório pelo primeiro-ministro Netanyahu, sob a alegação de que iria atrapalhar o processo de paz, corresponde a negar a importância da justiça para se alcançar a paz. "A impunidade persistente - e não a justiça - é a maior ameaça para a paz."[206]
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Após duas semanas, cidades Filipinas continuam inundadas por tempestades






Enchentes no país foram as piores em 40 anos.Tempestades deixaram mais de 600 mortos.





As Filipinas voltaram a se concentrar em operações de resgate para enviar ajuda às províncias devastadas por enchentes e destruídas por deslizamentos de terra provocados por dois tufões que em 14 dias causaram a morte de mais de 600 pessoas.

Usando pás e mãos sem luvas para evitar mais deslizamentos, as equipes de resgate mantêm as buscas por corpos nas áreas ao norte da ilha de Luzon, que permanece isoladas.

Autoridades consideraram um possível plano de reconstrução estimado em US$ 1 bilhão voltado às regiões atingidas pelo tufão, que seria financiado por ajuda estrangeira.

Tropas norte-americanas em exercício nas proximidades enviaram um avião de transporte C130 e três helicópteros Chinook para ajudar a levar comida e medicamentos à cidade de Baguio, nas montanhas da província de Benguet, 250 km ao norte da capital, e próxima a àreas destruídas pelos deslizamentos de terra.

O último relatório da agência nacional de desastre informou que 183 pessoas morreram por causa do tufão Parma, incluindo 134 mortos somente da província de Benguet. O Parma atingiu as Filipinas há uma semana.

Mas Olive Luces, chefe do escritório de defesa civil no norte da região de Cordillera, disse que pelo menos 152 pessoas morreram em Benguet, números mais alto que oficial, com 50 outros mortos em Baguio e 29 nas proximidades da província Mt., não registrados no relatório elaborado na sede da agência.

Estimativas iniciais apontam prejuízos de 478 mil toneladas na produção de arroz, principal produto do país, causados pelas duas tempestades. O número equilave a 7% da colheita de 6,5 milhões de toneladas do quarto trimestre, disse no sábado o subsecretário do Ministério da Agricultura, Jesus Emmanuel Paras.

Manila, maior compradora de arroz do mundo, está considerando importar o grão para aumentar seus estoques de arroz para 2010 após os prejuízos com os furacões, com Vietnã e Tailândia mostrando-se àvidos a vender o grão.

Teodoro afirmou que os prejuízos totais na colheita e infraestrutura provocados por duas tempestades chegam a pelo menos 15 bilhões de pesos (324 milhões de dólares), com as Filipinas agora buscando 10 bilhões de pesos a mais no orçamento de 2009 com o objetivo de financiar esforços de reconstrução das áreas devastadas.


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1338149-5602,00-APOS+DUAS+SEMANAS+CIDADES+FILIPINAS+CONTINUAM+INUNDADAS+POR+TEMPESTADES.html
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Coreia do Norte lançou mais de dez mísseis este ano

A Coreia do Norte lançou nesta segunda-feira dois mísseis de curto alcance na costa leste do país, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

A medida surpreende depois do discurso do ditador norte-coreano, Kim Jong-il, na semana passada, pela retomada do diálogo bilateral e multilateral pela desnuclearização de Pyongyang.

Veja a cronologia do programa nuclear da Coreia do Norte:

1998

Agosto - Coreia do Norte lança um míssil contra o Japão, que caiu no oceano pacífico. Na época, o governo afirmou que se tratava de um satélite.

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1999

Setembro - Coreia do Norte começa a fazer testes com mísseis de longo alcance.

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2001

Junho - Coreia do Norte ameaça os Estados Unidos que iriam recomeçar os testes envolvendo mísseis, caso não houvesse uma normalização nas relações entre os dois países.

Julho - Departamento de Estado americano relata informações de testes envolvendo mísseis de longo-alcance pela Coreia do Norte.

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2002

Setembro - Coreia do Norte pede para o Japão estender o prazo para testes com mísseis após 2003.

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2003

10 de janeiro - Coreia do Norte anuncia retirada do programa nuclear.

10 de março - Coreia do Norte lança míssil em água da costa leste entre a Coreia do Sul e o Japão.

Outubro - Coreia do Norte lança dois mísseis de um navio.

Toru Hanai/Reuters

Japão posicionou tropas na expectativa de um ataque iminente e ameaçou revidar
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2004

Maio - Coreia do Norte reafirma que tentará acordo com o Japão para a liberação dos testes nucleares.

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2005

Maio - Coreia do Norte lança míssil no mar do Japão.

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2006

8 de março - Coreia do Norte faz o lançamento de dois mísseis.

18 de junho - Coreia do Norte pede apoio militar e governo dos Estados Unidos acusa o país de provocar uma guerra.

5 de julho - Coreia do Norte lança vários mísseis no mar do Japão, incluindo os modelos de longa distância Taepodong-2.

15 de julho - O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) adotou a resolução número 1695 que proíbe o programa nuclear da Coreia do Norte.

9 de outubro - Coreia do Norte realiza testes secretos nucleares, citando que os Estados Unidos representam um "grande ameaça nuclear".

15 de outubro - O Conselho de Segurança da ONU adota a resolução 1718 que condena os testes e impõe sanções a Coreia do Norte por manter atividades nucleares em sigilo.

02.mar.09/Reuters

Forças de Defesa do Japão estão em alerta após anúncio de lançamento de foguete pelo governo da Coreia do Norte
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2007

14 de julho - Coreia do Norte fecha o principal reator nuclear Yongbyon e começa a desabilitá-lo.

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2008

27 de junho - Coreia do Norte destrói a torre do Yongbyon.

19 de setembro - Coreia do Norte promete restaurar chave de reator atômico.

11 de outubro - Estados Unidos retira a Coreia do Norte da lista de países com ameaça ao terrorismo.

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2009

Fevereiro

dia 15 - Coreia do Norte alega ter direito a desenvolver programas espaciais.

dia 23 - Coreia do Sul afirma ter uma gravação que comprova que Pyongyang tem mísseis voltados para o norte da Austrália.

Março

dia 11 - Coreia do Norte afirma que lançará um satélite entre os dias 4 e 8 de abril.

Abril

dia 5 - Coreia do Norte lança míssil da base Musundan-ri na costa norte do país.

dia 29 - Coreia do Norte ameaça realizar um novo teste nuclear e lançar um míssil de alcance intercontinental. A ameaça é reação à condenação do Conselho de Segurança da ONU pelo lançamento de um foguete de longo alcance no dia 5.

Maio

dia 25 - Coreia do Norte confirma realização de segundo teste nuclear. Antes disso, teste foi realizado em outubro de 2006.

dia 26 - O regime comunista lança, pelo terceiro dia consecutivo, um míssil de curto alcance em sua costa leste.

dia 27 - A crise nuclear da Coreia do Norte avançou para um patamar ainda mais grave, com a notícia de que o regime comunista abandonou de vez os acordos pela desnuclearização e religou o seu principal reator nuclear. A notícia veio junto a renovadas ameaças contra a vizinha Coreia do Sul, contra quem ameaçou guerra em retaliação por aderir à iniciativa americana contra o tráfico de armas de destruição em massa (PSI, na sigla em inglês).

dia 29 - Horas depois de renovar as ameaças contra uma possível sanção da ONU, a Coreia do Norte lança mais um míssil de curto alcance a partir de sua costa leste.

Julho

dia 2 - A Coreia do Norte realiza quatro testes com mísseis de curto alcance em poucas horas.

dia 3 - Pyongyang dispara dois mísseis do tipo Scud, de médio alcance.

dia 4 - Em pouco mais de dois dias, a Coreia do Norte lança 11 mísseis de curto e médio alcance em testes militares realizados na costa leste do país, no litoral do mar do Japão.
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