No Oriente Médio, instabilidade política pode significar estabilidade econômica

A economia e a política nem sempre andam juntas. Basta ver o Oriente Médio. Países sinônimos de conflito, como Israel e Líbano, estão bem. Outros, que jamais se envolveram em grandes guerras, como os Emirados Árabes, não conseguiram evitar reflexos da crise econômica internacional.

Os libaneses escaparam pela tradição conservadora do seu sistema bancário. Jamais concederiam empréstimos como bancos de outras partes do mundo. As remessas do exterior, apesar de uma pequena redução, continuam elevadas. Como disseram a mim dois professores da Lebanese American University, “há pessoas trabalhando pelo Líbano em quase todas as atividades profissionais em várias partes do mundo”. São os libaneses da diáspora. Claro, alguns que trabalhavam em Dubai e outras metrópoles do golfo perderam o emprego. Mas a queda não foi suficiente para afetar a impressionante estabilidade da Lira Libanesa. Israel vence também por seu bem organizado sistema financeiro e uma avançada economia, especialmente na área de tecnologia.

Já Dubai viu uma quebra no seu setor imobiliário, com paralisação de obras, e foi salva apenas porque o irmão mais sério e conservador Abu Dhabi entrou em ação. Abu Dhabi que investe bem o seu dinheiro em um fundo soberano, apesar das perdas registradas neste ano. Economistas do Oriente Médio afirmam que o pior, na atual crise, não foi a queda nos preços do petróleo. Se fosse, lembram, Abu Dhabi seria mais afetada do que Dubai, que hoje possui uma economia mais diversificada.

E a Justiça...

Agora, mudando de assunto, Israel dá mostras de que tem leis e as impõe, custe o que custar, e as aplica a quem quer que seja, independentemente da religião. É o que vemos agora durante o levante de judeus ultra-ortodoxos contrário à detenção de uma mulher acusada tratar mal o filho de três anos.

No Egito, recentemente, vimos a prisão de um milionário que ordenou o assassinato de sua amante libanesa. Caso raro e não dá para saber se o regime de Hosni Mubarak aplicará a mesma justiça para todos.

Falando nisso, me recordei que, no Líbano, guardas, muitas vezes, não param carros caros. Eles têm medo que os proprietários sejam pessoas importantes e isso custe os seus empregos. Como algumas partes do Brasil até hoje

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