Oriente Médio prepara jejum do Ramadã sob ameaça da gripe suína


Os mulçumanos do Oriente Médio se preparam para o jejum do Ramadã sob a ameaça da gripe suína, como é chamada a gripe A (H1N1), que reduziu significativamente o número de fiéis que viajam para a Meca nesta época do ano para a tradicional "pequena peregrinação" da Omara.
Segundo os habitantes dessa cidade santa do oeste da Arábia Saudita, o número de visitantes aumentou nesta semana em Meca, na véspera do Ramadã que começou na sexta-feira (21) e no sábado (22), mas continua muito abaixo do normal.
A economia de meca pode sofrer as consequências das restrições impostas por Irã, Egito e outros países para a pequena peregrinação por medo contágio. No início do mês de agosto, o Irã proibiu as viagens para a Arábia Saudita durante o Ramadã, e o Egito decidiu proibir a Omra aos maiores de 65 anos e menores de 25.
Na Europa, os representantes oficiais dos mulçumanos na França também "desaconselharam" a pequena peregrinação que é, diferente do Haj, um dos cinco pilares do islamismo. Ela pode ser feita em qualquer momento do ano, mas é recomendada mesmo durante o Ramadã.
A Omra é mais fácil de realizar, pois não está submetida às autorizações de cotas por país do Haj, que todo muçulmano deve fazer caso tenha as condições financeiras. Saad al Qurachi, da Câmara de Comércio e da industria de Meca, considerou que a atividade econômica da cidade santa pode retroceder 40% nos próximos meses devido ao temor de contágio.
"Para a Omra durante o Ramadã, registramos muitos cancelamentos", afirmou Naseem Jan, do hotel Mercure Grand Umm al Qura, que recebe peregrinos europeus. "Estamos afetados pela crise econômica e pela gripe suína ao mesmo tempo", disse.
A Arábia Saudita anunciou que o número de enfermos da gripe suína chegou a 2.000, com mais de 14 mortos, desde que a doença apareceu no país em 3 de junho passado.
O vírus afeta atualmente a maioria dos países da região. O Kuait e o Iêmen anunciaram na quarta-feira (19) seus primeiros casos fatais.
A primeira vítima da região foi uma egípcia que faleceu em 19 de julho passado, ao voltar de Meca. Pouco depois, os ministros árabes da Saúde decidiram seguir recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e desaconselharam o Omra e o Haj para os maiores de 65 anos, as mulheres grávidas e os menores de 12 anos.
Muitos sauditas consideram que o país, guardião dos lugares santos do islã da Meca e Medina, não pode proibir as peregrinações.
Por: Paul Handley
21/08/2009


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