Ópio alimenta engrenagem da guerra no Afeganistão

O Afeganistão produz 93% da matéria-prima para a heroína, o ópio extraído da papoula, e os estimados US$ 5 bilhões anuais obtidos com o comércio são a principal fonte de financiamento do Taleban, informa Igor Gielow, enviado especial da Folha a Cabul, na edição deste domingo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

O porta-voz do Ministério Antidrogas do Afeganistão, Zulmai Alzali, cita os US$ 5 bilhões, mas crê que cerca de um quinto disso chegue aos insurgentes. A ONU fala em US$ 400 milhões, e um relatório recente do Senado americano abaixa ainda mais o valor, para US$ 70 milhões.

"Importa pouco. Eles não precisam de mais do que armas, e armas não são tão caras assim", afirma.

"O Afeganistão tenta fazer sua parte, vamos tirar a papoula de 22 das 34 Províncias até o fim do ano. Mas não adianta, precisamos de ajuda verdadeira da comunidade internacional. O tráfico é mundial, as máfias são transnacionais, e são vocês que consomem a droga que produzimos", disse Alzali, tomando o Brasil como parte do dito Ocidente.

A ONU estima em 150 mil os usuários de ópio, que é fumado, e em 50 mil os de heroína, que é injetada. Isso perfaz expressivo 1,5% da população afegã --a média de usuários de opiáceos no Brasil é de 0,5%.

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