ONG diz que Hamas comete crimes de guerra ao lançar foguetes contra Israel


O grupo de direitos humanos Human Rights Watch divulgou relatório nesta quinta-feira no qual condena o lançamento de foguetes pelo grupo islâmico radical palestino Hamas contra civis em território israelense, o que classifica como "crime de guerra".

"Como autoridade que governa na faixa de Gaza, o Hamas deveria declarar publicamente que renuncia a esses ataques dirigidos contra aglomerações civis israelenses e castigar seus responsáveis, incluindo os membros de seu braço militar", afirma Iain Levine, diretor de programa da HRW e autor do informe.

"O Hamas e outros grupos armados palestinos dispararam nos últimos anos milhares de foguetes contra civis israelenses, centenas deles durante a ofensiva militar israelense de três semanas contra a faixa de Gaza", afirma o relatório.

A grande ofensiva israelense lançada contra a faixa de Gaza entre dezembro e janeiro passados foi realizada, segundo o governo israelense, como represália aos ataques de foguetes do Hamas. A operação deixou 1.370 mortes, segundo o Exército Israelense --número que sobre a 1.434, segundo relatório do Centro Palestino de Direitos Humanos. A maioria das vítimas foram civis palestinos.

Segundo a HRW, os foguetes colocaram em perigo cerca de 800 mil pessoas.

"As forças do Hamas violaram as leis da guerra ao disparar deliberada e cegamente contra cidades israelenses a partir de setores habitados por civis em Gaza, expondo assim estes últimos ao perigo de uma resposta israelense", afirma ainda Levine.

O informe destaca o caráter impreciso dos foguetes Quassam fabricados por palestinos ou os Grad da ex-União Soviética disparados pelo Hamas --o que facilitaria a ocorrência de vítimas civis.

O informe recorda, contudo, que as operações do Exército israelense causaram perdas muitos superiores entre os palestinos --"centenas de civis em ataques aéreos, disparos de artilharia, de tanques e outros ataques".

Segundo números da polícia israelense, os foguetes do Hamas mataram 24 israelenses desde 2001. Muitos dos ataques de foguetes atingem áreas remotas do território.

No entanto, enfatiza que "as violações das leis da guerra se contabilizam não em função de vítimas civis constatado, e sim das medidas que as partes em conflito adotaram para protegê-los".

Trata-se do quinto informe da HRW sobre a operação israelense. Nos quatro informes anteriores, a ONG acusou Israel de ter violado as regras do direito internacional que obrigam um beligerante a distinguir entre alvos civis e militares.

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