Comunidade Internacional vai se reunir com Irã em outubro

As potências do grupo formado por Rússia, França, China, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, e a União Europeia (UE) se reunirão em 1º de outubro com representantes iranianos para discutir a proposta no âmbito nuclear da República Islâmica.

A reunião, ainda sem sede precisa, foi definida há algumas horas durante uma conversa telefônica entre o chefe negociador iraniano para temas nucleares, Said Jalili, e o alto representante para Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, disse a porta-voz do segundo, Cristina Gallach.

O Irã afirma que segue disposto a iniciar um diálogo construtivo com a comunidade internacional, que recebeu com certo ceticismo a recente proposta iraniana em torno de seu programa nuclear.

Nesta reunião, está prevista a presença de representantes dos seis países envolvidos nas discussões nucleares com o Irã, provavelmente em nível de diretores políticos, mas são modalidades ainda não determinadas.

A agência de notícias iraniana "Isna", que também não detalha onde acontecerá a reunião, informa que o diálogo se centrará no novo pacote de propostas apresentado na quarta-feira passada pelo chefe da diplomacia iraniana, Manouchehr Mottaki, aos embaixadores do grupo de negociação credenciados em Teerã.

O Irã insiste que a proposta oferece soluções para problemas como a crise econômica, a segurança no mundo e a não-proliferação, mas deixa de lado a polêmica sobre o programa nuclear iraniano.

Os Estados Unidos, que romperam laços diplomáticos com o Irã em abril de 1980, responderam que estão dispostos a iniciar uma negociação com Teerã.

No domingo, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, voltou a reafirmar que seu país nunca renunciará ao que considera seus "direitos nucleares legítimos".

"Estamos dispostos a falar de cooperação internacional e das vias para resolver os atuais problemas econômicos e de segurança no mundo, porque acreditamos que esses temas não podem ser solucionados sem uma participação coletiva", afirmou.

"Mas nunca negociaremos nossos direitos inalienáveis ao acesso à tecnologia nuclear pacífica, que é um direito definitivo", advertiu.

Estados Unidos, Israel e algumas potências da União Europeia acusam o Irã a de esconder sob seu programa nuclear civil outro clandestino de natureza militar, cujo objetivo seria a obtenção de armas atômicas.

Teerã nega as alegações e reitera que sua única meta é a aplicação da energia em projetos civis

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